O apagão de cinco dias em São Paulo causou perdas de aproximadamente R$ 1,65 bilhão aos setores de varejo e serviços. É o que mostra levantamento feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Contudo, a entidade reconhece que é provável que esta perda aumente.
“Esse valor deveria ser maior, pois a empresa responsável pela distribuição de energia, a Enel, ainda não deu respostas concretas sobre o retorno do serviço a todos os imóveis que dependem da rede”, destaca a FecomercioSP. Segundo cálculos da fornecedora de energia, cerca de 147 mil imóveis na capital paulista — a maioria na Zona Sul da cidade —, além de 5 mil em São Bernardo do Campo e 6,5 mil em Diadema — municípios da Grande São Paulo — fique sem luz.
A FecomercioSP explicou o cálculo que fez para calcular o prejuízo. “Os números mostram que só o varejo paulista sofreu perdas de pelo menos R$ 536 milhões nos dias em que alguns agentes do setor não puderam trabalhar. No caso dos serviços, as perdas totalizaram R$ 1,1 bilhão. Esses dados foram compilados levando em consideração que, nos finais de semana, o comércio paulista tende a faturar, em média, R$ 1,1 bilhão por dia, enquanto os serviços faturam R$ 2,3 bilhões”, destaca. .
A entidade deixa clara sua irritação com a má qualidade do serviço oferecido pela Enel. “É inaceitável que a maior metrópole brasileira sofra constantes cortes de energia, como vem acontecendo nos últimos meses. Pior que isso, a cidade não pode ficar tanto tempo sem energia elétrica durante esses episódios. A falta deste serviço básico causa problemas significativos à população e enormes prejuízos ao empresariado”, criticou.
Por sua vez, a Enel garantiu que está fazendo todo o possível para restabelecer a energia elétrica nas residências, mas não definiu data para a retomada do fornecimento de energia. “Continuamos trabalhando para repor a energia para cerca de 214 mil clientes na Grande São Paulo. Deste total, cerca de 46 mil referem-se a ocorrências registadas na sexta e no sábado”, garantiu a concessionária, em comunicado publicado no site.
Processo
Porém, para as esferas governamentais, as ações da Enel ainda são insuficientes. A Prefeitura de São Paulo acionou a 2ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo com uma ação pedindo à distribuidora a retomada imediata do fornecimento de energia e solicitando multa de R$ 200 mil por dia em caso de descumprimento da ordem judicial. O pedido ainda será analisado pela Corte.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) dirigiu suas críticas ao governo federal. “A concessão de energia elétrica em São Paulo é federal, cabendo ao Ministério de Minas e Energia (MME) e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) representar o poder concedente. Cabe a eles regular, controlar, fiscalizar e garantir que o serviço prestado seja adequado”, apontou.
Tarcísio também defendeu a abertura de processo para rescisão do contrato com a Enel. Mas esse procedimento precisa ser aberto pela Aneel. Por enquanto, o MME determinou a abertura de processo administrativo disciplinar contra a empresa.
“Devido a repetidas quebras de contrato, teria que ser aberto. Porque a empresa, com o processo de expiração ‘em mente’, começa a funcionar. Se não der certo, teremos o contrato rescindido e faremos uma nova licitação e colocaremos uma nova empresa. É claro que é incompetente, que não estava preparado para fazer investimento, que não estava preparado para distribuir energia no estado de São Paulo. É claro que tem que sair daqui, tem que sair do Brasil”, criticou.
Para o governador, os apagões de novembro de 2023 e de março passado deveriam ter levantado o sinal de alerta do governo federal sobre as obras prestadas pela Enel. “Passamos por um apagão em novembro do ano passado, por efeito das fortes chuvas. Em março deste ano, tivemos um apagão no centro da cidade de São Paulo. Naquele momento, pedimos ações mais duras em relação à empresa, porque não adianta apenas aplicar multa”, destacou.
A Enel assumiu o serviço no final de 2018 e acumula multas milionárias determinadas por diversos órgãos. No total, o valor chega a aproximadamente R$ 400 milhões. A maior parte das multas, porém, não foi paga devido a suspensões obtidas pela concessionária na Justiça.
Na avaliação de Tarcísio, até por causa desse histórico, a Aneel e o MME não conseguiram lidar com o novo apagão em São Paulo. “Onde quer que ela (Enel) estivesse no Brasil, ela fracassou. E está falhando em São Paulo. O que aconteceu neste fim de semana vai acontecer de novo, porque a empresa não se preparou”, acusou. (Com Agência Estado)
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