O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou de audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (22/5), e entrou em confronto com parlamentares de Bolsonaro. Uma das mais quentes foi com o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP).
Kim perguntou ao ministro se o governo pretendia aumentar a arrecadação por meio do aumento de impostos e apontou uma suposta briga entre deputados do PT e do Planalto. O motivo da briga seria a possível retomada do imposto de importação sobre encomendas do exterior no valor de até US$ 50.
Haddad respondeu que era preciso mais tempo para que o governo tomasse uma decisão sobre a retomada do imposto federal, mas argumentou que a decisão dos governadores de aumentar o ICMS estadual foi acertada. Em seguida, Haddad concluiu dizendo que a pergunta de Kim era uma tentativa de “ideologizar” a discussão.
“O deputado Kim não sabe que o ICMS é um imposto estadual? Você sabe que é um imposto estadual. Você deveria criticar os governadores que estão cobrando, se você é contra”, respondeu Haddad. O ministro provocou o parlamentar, dizendo: “Você vai criticar publicamente os governadores que você apoia?
“O varejo brasileiro é honrado, formado por empresários honrados, a indústria é honrada. As pessoas que nos enviaram esse documento são honradas, merecem ser ouvidas. Fechem a porta para ouvir e parem de lacrar na rede”, declarou Haddad . Confira o momento da luta:
Atualmente, as compras internacionais abaixo de US$ 50 são tributadas apenas pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O tema foi incluído em uma alteração ao projeto que institui o Programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que pode ser votado nesta quarta-feira (22/5) pela Câmara dos Deputados.
Ainda durante a audiência pública, Haddad reconheceu as reclamações da indústria nacional e manifestou preocupação com o tema. “Há muita preocupação, obviamente, há preocupação com a opinião pública, preocupação com empregos no comércio local. E na minha opinião pessoal, venda é venda, seja local ou internacional. Tem que ser isonômico, esse é o meu entendimento”, disse ela.
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