O número de jovens em trabalho infantil caiu de 4,9% para 4,2% em 2023. Segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira (18/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse é o menor patamar desde 2016, quando começou a coleta de dados sobre o tema e registrou 5,2%.
Cerca de 1,6 milhões de crianças, entre os 5 e os 17 anos, ainda se encontram nesta condição. Os negros são maioria, ganham menos e enfrentam as condições mais perigosas nesta condição.
As pessoas pretas e pardas representam 65,2% da população em trabalho infantil, enquanto correspondem a 59,3% do total da faixa etária. Os brancos, 39,9% da faixa etária, representam 33,8% dos trabalhadores. Os jovens do sexo masculino representam 63,8% das crianças trabalhadoras, enquanto representam 51,2% do grupo etário total.
Segundo a pesquisa, uma em cada cinco crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil trabalhava 40 horas ou mais por semana. Os dados também destacam os impactos do trabalho infantil na educação. Embora 97,5% da população entre os 5 e os 17 anos fossem estudantes, a taxa caiu para 88,4% entre as crianças trabalhadoras.
Os dados são trechos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). O IBGE interrompeu a coleta dessas estatísticas em 2020 e 2021 por conta da pandemia.
Atividade
Quase metade dos menores em trabalho infantil no Brasil trabalha no comércio ou conserto de veículos (26,7%) e em atividades como agricultura, pesca e pecuária (21,6%). Outros serviços comuns estão relacionados com alojamento e alimentação (12,6%), indústria (11%) e serviços domésticos (6,5%).
O estudo também destaca o número de jovens que realizam as piores formas de trabalho infantil no país. São atividades descritas na Lista TIP do governo federal, que envolvem risco de acidentes ou são prejudiciais à saúde. Em 2023, o Brasil tinha 586 mil crianças e adolescentes nessa condição.
Regiões
O maior contingente de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em trabalho infantil estava no Nordeste (506 mil pessoas), sendo Sudeste (478 mil pessoas), Norte (285 mil pessoas), Sul (193 mil pessoas) e Centro-Oeste. (145 mil pessoas) a seguir.
Na comparação com 2022, o número de crianças e adolescentes em trabalho infantil diminuiu em todas as regiões, com menor intensidade no Norte, que caiu de 299 mil para 285 mil pessoas, e no Centro-Oeste, caindo de 157 mil para 145 mil pessoas .
Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), trabalho infantil é aquele que é perigoso e prejudicial à saúde e ao desenvolvimento mental, físico, social ou moral das crianças e que interfere na sua escolaridade. O conceito de trabalho infantil considera faixa etária, tipo de atividade, horas trabalhadas, frequência escolar, periculosidade e informalidade.
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