Desde a implantação inicial do 5G na América Latina em 2019, com o Uruguai e Porto Rico sendo os pioneiros, a tecnologia de quinta geração avançou de forma inconsistente na região. A pesquisa Futurecom 2024 revelou que o desenvolvimento do 5G na América Latina ainda é desigual, com alguns países liderando a adoção, enquanto outros enfrentam atrasos significativos.
Brasil, México, Chile e Porto Rico estão à frente, com mais de 10% de participação no mercado 5G. Brasil e México, em particular, dominam o cenário regional, representando 79% do mercado 5G na América Latina. Contudo, mesmo dentro destes países, o progresso não é uniforme. O Brasil, por exemplo, está em rápida expansão, mas ainda enfrenta desafios em termos de cobertura completa.
Países como a Argentina, o Peru e a Colômbia começaram a implementar o 5G mais tarde e enfrentam desafios para acompanhar os líderes regionais. Segundo a investigação, estes atrasos refletem não só questões estruturais e económicas, mas também o impacto da pandemia, que interrompeu muitos leilões de espectro e adiou investimentos estratégicos.
Desafios e oportunidades
A investigação mostra também que a pandemia de Covid-19 foi um factor que abrandou o ritmo de adopção do 5G, resultando em lacunas na implementação em várias partes da região. Após a primeira vaga de destacamentos em países como a República Dominicana, o Brasil e o Chile em 2021, a maioria dos países ainda enfrenta dificuldades no avanço dos seus destacamentos.
Em 2023, a Colômbia e a Argentina adiaram importantes leilões de espectro, impulsionando o pleno desenvolvimento da infraestrutura necessária para apoiar o 5G ainda mais no futuro. Esta lentidão deixa a América Latina para trás não só dos países desenvolvidos, mas também de outras regiões em desenvolvimento, como o Médio Oriente e a Ásia, que têm mostrado um ritmo de adoção mais rápido.
Com o Brasil e o México representando quase 80% do mercado 5G da região, fica claro que estes países desempenham um papel central na transformação digital da América Latina. O Brasil, com uma grande população e um mercado consumidor robusto, aproveita as oportunidades oferecidas pelo 5G para expandir a conectividade e impulsionar setores estratégicos, como indústria, saúde e segurança pública.
No entanto, o avanço não é isento de desafios. Além da expansão da cobertura, há questões relacionadas à infraestrutura e à disparidade socioeconômica, que dificultam uma adoção mais uniforme e rápida da tecnologia.
Futuro do 5G na América Latina
A pesquisa Futurecom 2024 aponta que, apesar dos desafios, o potencial de crescimento do 5G na América Latina é significativo. O 5G promete impulsionar a digitalização, fortalecer a indústria 4.0 e melhorar a conectividade rural, setores que podem beneficiar imensamente desta tecnologia.
De acordo com a investigação, o desenvolvimento futuro, no entanto, dependerá de investimentos contínuos, de uma regulamentação eficiente e de parcerias público-privadas que possam acelerar a implementação em toda a região. À medida que mais países realizam leilões de espectro e investem em infraestrutura, a expectativa é que a América Latina consiga reduzir seu atraso em relação a outras regiões do mundo.
Em suma, o 5G representa uma grande oportunidade para o desenvolvimento tecnológico na América Latina, mas o sucesso desta implementação depende da superação dos desafios económicos e estruturais que afectam muitos países da região.
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