O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou nesta terça-feira, 22, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e disse que “aceitou o apoio do PT” ao empresário Sandro Mabel (União), candidato a prefeito de Goiânia. Bolsonaro e Caiado travam uma guerra particular na cidade, onde o ex-presidente apoia a candidatura do deputado estadual Fred Rodrigues (PL). O governador, que se posiciona como pré-candidato à Presidência da República em 2026, nega ter proposto aliança ao PT no segundo turno das eleições municipais.
“O que nos surpreendeu, pelo que vi em vários órgãos de imprensa, o Caiado acertou, aceitou o apoio do PT ao Sandro Mabel. Ou seja, quem diria que o Caiado da UDR (União Democrática Ruralista), que fala duramente , gosta de chiar com os dentes, aceitou o apoio do PT. Agora, o PT não apoia de graça”, disse Bolsonaro após participar de almoço de apoio à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (. MDB) em São Paulo.
O ex-presidente disse ainda que a eleição na capital goiana está dividida – Mabel tem 46% das intenções de voto contra 39% de Rodrigues, segundo pesquisa Quaest -, e que pretende acompanhar a votação de seu candidato no domingo, 28. Ele se referiu a Mabel como “o cara da rosquinha” e afirmou que o empresário “estava sempre brigando” com Caiado.
Logo após o primeiro turno, o governador foi às redes sociais dizer que a informação de que buscava apoio do PT era uma notícia falsa divulgada por seus adversários.
“Em nenhum momento eu disse que iria procurar o PT para propor uma aliança no segundo turno das eleições em Goiânia. ao nosso candidato a prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, os votos de todos os goianienses, inclusive daqueles que votaram no nosso adversário no primeiro turno”, disse Caiado por meio de nota da assessoria de imprensa.
Depois de ficar em terceiro lugar nas eleições de Goiânia com a deputada federal Adriana Accorsi (PT), o PT divulgou um comunicado no último sábado, 19, em que apoia secretamente Sandro Mabel sem citar expressamente o nome do candidato de Caiado ou de seu adversário.
O partido afirma que o campo progressista não votará no candidato que “coloca em risco a democracia”, “nega a ciência, o direito às vacinas” e “espalha o ódio”. “Entendemos que o voto nulo, o voto em branco ou a abstenção representariam uma omissão política injustificável. Nosso dever cívico e democrático é derrotar a extrema direita”, diz o texto.
Bolsonaro já havia criticado Caiado em sua agenda de campanha em setembro. Na ocasião, referiu-se ao chefe do Executivo como um “governador covarde” pela postura adotada no enfrentamento à pandemia da Covid-19. Médico de formação, Caiado adotou políticas de isolamento social e defendeu a vacinação.
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