O mercado de usados é uma ótima oportunidade para economizar na hora de comprar um carro. Mas é sempre importante ficar de olho nos modelos que possuem histórico de problemas, conhecidos como verdadeiros “bombas”. São esses carros que costumam dar dor de cabeça aos proprietários devido a problemas crônicos que exigem visitas frequentes ao mecânico.
Pensando nisso, o Portal Vrum preparou uma lista com cinco carros com problemas crônicos que você pode evitar caso não queira passar por essas dificuldades.
1 Ford Focus, Fiesta e EcoSport: transmissão Powershift
Foto: Divulgação
Quando se fala em carros problemáticos no Brasil, o câmbio Powershift é um dos primeiros a ser lembrado. Utilizada pela Ford em modelos como Focus, Fiesta e EcoSport entre 2013 e 2017, a transmissão automatizada de dupla embreagem e seis marchas apresentava falhas significativas.
Os problemas mais relatados incluem vibração, ruído, vazamentos de óleo, perda de desempenho e travamento de engrenagens. Além disso, a caixa de câmbio pode superaquecer e não conseguir mudar de marcha, o que cria grande frustração entre os motoristas.
Essas falhas crônicas são causadas principalmente pelo desgaste das vedações, que acabam permitindo que o óleo contamine a embreagem. Como resultado, estes carros são extremamente desvalorizados no mercado de usados e podem tornar-se um pesadelo para os compradores.
Se você está pensando em adquirir um desses modelos com transmissão Powershift, a melhor dica é: fuja!
2 Volkswagen Gol, Fox e Polo com motor EA111: vazamento de óleo
Foto: Divulgação
Outro modelo da Volkswagen que entra na lista é o Volkswagen Gol, além do Raposa e Polo, todos equipados com motor EA111. Embora não seja uma “bomba” tão grave quanto alguns outros carros, esse motor, lançado no final da década de 1990, apresentava um problema crônico que incomodava muitos proprietários: vazamentos de óleo.
O EA111, projetado pela Audi e muito utilizado em modelos da Volkswagen como Gol, Voyage, Saveiro e Fox, enfrentava vazamentos frequentes em diversas partes do motor.
As áreas mais afetadas foram a junta do cárter, as vedações do virabrequim e as vedações das válvulas. Esses vazamentos não apenas baixaram o nível do óleo do motor, mas também levaram a uma purificação inadequada, aumentando o risco de danos e gerando consumo excessivo de óleo.
Apesar desses problemas, o motor EA111 permaneceu em produção até 2023, quando foi retirado de linha por não atender aos novos padrões de emissões exigidos pelo Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve).
Mesmo que um vazamento de óleo não seja um problema tão catastrófico quanto outros, ele coloca esses carros na lista de modelos que merecem atenção redobrada no mercado de usados.
Se você está de olho em um Gol, Fox ou Polo com esse motor, verifique com atenção o estado do sistema de lubrificação para evitar surpresas.
3 Transmissão DSG de sete velocidades: Volkswagen e Audi
Foto: Divulgação
A famosa transmissão DSG de dupla embreagem e sete velocidades Volkswagen e Audi É um dos mais conhecidos quando se trata de problemas crônicos.
Equipando modelos como o Volkswagen Golf, Jetta, Passat, Fusca e, na linha Audi, o sedã A1, A3 e A3, foi alvo de constantes reclamações dos consumidores.
Essa caixa de câmbio, utilizada em veículos fabricados entre 2011 e 2015, sofreu uma série de falhas, como vibrações, ruídos e falhas mecatrônicas, que acabaram rompendo as paredes internas por excesso de pressão.
Um dos maiores problemas era justamente o fato de se tratar de uma caixa automatizada de dupla embreagem a seco, em vez de ser banhada em óleo, o que agravava ainda mais a questão da durabilidade.
A Volkswagen chegou a anunciar recall desses modelos, afetando veículos como Golf MK7, Jetta, Passat, Passat CC, e na linha Audi, modelos como o sedã A1, A3 e A3 com motores 1.4 e 1.8 turbo entre 2010 e 2015 Todos esses carros apresentavam problemas recorrentes com a transmissão DSG de sete marchas (DQ200).
Embora esta transmissão tenha se tornado um pesadelo para muitos consumidores, a Volkswagen ajustou a tecnologia em modelos mais recentes, como o Jetta GLI, que agora utiliza uma transmissão DSG banhada em óleo.
Especialistas na área apontam que o principal motivo dos problemas no Brasil estava relacionado à falta de calibração da taxa de câmbio do nosso asfalto, que difere muito da europeia.
Mesmo com a solução em modelos mais novos, os veículos equipados com o antigo DSG seco continuam sofrendo uma desvalorização no mercado de usados, sendo considerados uma verdadeira bomba para quem procura um carro confiável e não quer dor de cabeça.
4 Peugeot 206: fragilidade na suspensão
Foto: Divulgação
O Peugeot 206 é frequentemente lembrado pelos consumidores brasileiros como uma verdadeira bomba, principalmente no quesito suspensão. Na primeira geração, o 206 enfrentou sérios problemas de suspensão, que não estava devidamente calibrada para as condições das ruas e estradas brasileiras, algo comum na linha Peugeot e Citroën da época.
Bielas, buchas e bandejas apresentavam desgaste prematuro, levando a manutenções frequentes e frustração aos proprietários. Além disso, o motor 1.4 também apresentava problemas, com relatos de falhas na junta do cabeçote.
Como o 206 compartilhava mecânica e plataforma com a primeira geração do Citroën C3, ambos os modelos enfrentavam os mesmos defeitos.
O Peugeot 206 acabou ganhando má fama, e até hoje é motivo de piadas no mercado brasileiro, sendo mal visto por muitos consumidores da época. Porém, a marca passou por uma transformação após a fusão com os grupos FCA e PSA, formando a atual Stellantis, que inclui também marcas como Fiat e Jeep.
Hoje, os veículos Peugeot são bastante diferentes, mais confiáveis e bem aceitos no mercado. Mas agora você sabe de onde vem a reputação negativa da Peugeot: o 206.
5 Jeep Renegade e Compass: problemas de transmissão e trocador de calor
Foto: Divulgação
Fechando a lista, temos dois modelos da linha Jipeo Renegade e o Compass, que também são produzidos pela Stellantis. Esses SUVs, que ganharam grande popularidade no Brasil, enfrentavam um problema crônico na transmissão automática AT6 (Aisin TF-72 SC), principalmente nos modelos anteriores a 2019.
A transmissão apresentou engates repentinos, vibrações, vazamentos de fluidos e até superaquecimento da transmissão. O principal vilão, porém, era o trocador de calor, que causava uma série de problemas nos modelos equipados com o motor 2.0 aspirado do Compass e o motor 1.8 aspirado do Renegade.
O trocador de calor foi responsável pela redução da temperatura da caixa de câmbio, mas quando falhou, fez com que o óleo se misturasse com a água de resfriamento, causando superaquecimento e desgaste prematuro.
Outro sinal de problema foi a rápida queda do nível de óleo no motor, principalmente no Renegade com motor 1.3 turbo, a partir de 2022. Porém, os consumidores atuais afirmam que esse problema não existe mais.
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