O ministro Gilmar Mendes, reitor do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou, nesta quarta-feira (23), que o ministro Dias Toffoli “preservou a democracia” ao instalar o inquérito das fake news e nomear o ministro Alexandre de Moraes como relator do inquérito. A declaração ocorreu durante o plenário em que os magistrados parabenizaram Toffoli por completar 15 anos de atuação no tribunal.
Também será lançado um livro em homenagem ao magistrado. “Não podemos esquecer do chamado inquérito das fake news, que tem uma relevância histórica que talvez o olhar ainda não tenha alcançado. Não só a sua decisão de instaurar o inquérito, mas também a nomeação do ministro Alexandre, como seu relator, foi decisiva para que a democracia seja preservada no Brasil. Esses dois fatos, por si só, seriam suficientes para eternizar sua passagem pelo STF”, disse Gilmar.
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Em resposta descontraída, o ministro Alexandre de Moraes disse que “um dia vai perdoá-lo” por ter escolhido seu nome como relator do inquérito. “Apesar do que ele fez comigo, com a designação do inquérito, continuei sempre gostando do ministro Dias Toffoli e um dia vou perdoá-lo por isso”, disse Moraes. O inquérito das fake news foi aberto de ofício por Toffoli, ou seja, sem que houvesse pedido formal apresentado à Justiça para início das investigações.
As investigações apuram ataques contra o Supremo Tribunal Federal, bem como contra seus ministros, principalmente por meio das redes sociais. O inquérito foi aberto em 2019, anos antes dos atentados de 8 de janeiro, quando extremistas invadiram as sedes dos Três Poderes e vandalizaram prédios públicos em Brasília. A investigação ainda está aberta e gerou polêmica desde o início por decorrer de uma visão ampliada do poder do regimento interno do tribunal.
O livro com a biografia de Toffoli é composto por artigos escritos por juristas, políticos, jornalistas e outras personalidades, como os ex-presidentes Michel Temer e José Sarney. Toffoli chegou ao Supremo em 2009, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu segundo mandato.
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