Um estudo divulgado nesta quarta-feira (23/10) revelou que 97% das crianças e adolescentes brasileiros têm acesso à internet e, dentro desse percentual, 83% possuem perfis em plataformas digitais, como Whatsapp, Instagram, TikTok e YouTube. Embora as plataformas não permitam que menores de 13 anos criem contas nas redes sociais, 60% das crianças entre 9 e 10 anos têm perfis na internet.
Os dados são da pesquisa TIC Kids Online Brasil 2024, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), divulgada nesta quarta-feira (23). À medida que a idade aumenta, aumenta também a percentagem com perfil em pelo menos uma rede social. Entre as crianças de 11 e 12 anos, o percentual é de 70%. Entre os adolescentes de 13 e 14 anos, o número cresce significativamente, com 93% de jovens com perfil. E, entre os 15 e os 17 anos, o uso das redes sociais é quase obrigatório, sendo que 99% dos adolescentes têm pelo menos uma conta nas redes sociais.
A análise mostrou ainda que, entre os usuários de 9 a 17 anos, 29% relataram ter vivenciado situações ofensivas ao usar as redes sociais. Porém, apenas 8% dos adultos responsáveis acreditam que crianças ou adolescentes já vivenciaram situações desconfortáveis.
Além disso, entre os jovens que relataram ter vivenciado situações ofensivas, 31% disseram ter contado aos pais ou responsáveis, 29% contaram a amigos da mesma idade e 17% contaram aos irmãos ou primos.
Para a coordenadora da Pesquisa TIC Kids Online Brasil, Luisa Adib, a participação de crianças e adolescentes na internet envolve riscos à integridade física e mental dos envolvidos. “Quando analisamos uma perspectiva de risco, consideramos a possibilidade dessa criança ou adolescente entrar em contato com pessoas desconhecidas, ou entrar em contato com conteúdos sensíveis, como violência, transtornos alimentares, drogas. Nesta edição de 2024 percebemos um aumento nesse contato”, afirma.
A pesquisa mostrou que, entre crianças e adolescentes de 9 a 17 anos que utilizam redes sociais, 30% admitiram já ter conhecido e conhecido alguém que não conheciam pessoalmente.
Adib explica ainda que, pela primeira vez, o estudo coletou dados sobre a frequência de uso de plataformas digitais. “Whatsapp e YouTube são as plataformas que as crianças mais utilizam, enquanto os mais velhos utilizam com mais frequência o Instagram”, pontua.
Os dados mostram ainda que, na faixa dos 11 aos 17 anos, 24% já tentaram passar menos tempo na internet, mas não conseguiram. Na mesma faixa etária, 22% afirmaram que, devido ao uso excessivo da internet, passam menos tempo com a família, amigos ou estudando.
Mesmo com os riscos e dificuldades do cuidado pela internet, a pesquisadora destaca que existem formas de as crianças se beneficiarem da internet. “Existem oportunidades de aprendizagem online, mas é importante que as etapas de desenvolvimento sejam respeitadas por meio de ações de mediação dos responsáveis. Mas não há como responsabilizar apenas pais e filhos, uma série de outros atores são importantes, como escolas e governos”, argumenta.
O estudo, promovido pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), conversou com 2.424 crianças e adolescentes e 2.424 pais ou responsáveis, entre março e agosto de 2024.
*Estagiária sob supervisão de Andreia Castro
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