Exibida na AXN (disponível na NET/Claro), às quintas-feiras, a série Amor estranhoproduzido em parceria com a Visom Digital e a Record, pretende lançar luz sobre um dos maiores problemas sociais do país, que ganha atualmente proporções mais preocupantes: a violência de género. De 2015 a 2023, 10,6 mil mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Só no ano passado, 1.400 mulheres foram mortas —das quais 33 foram assassinadas no Distrito Federal.
Na série original, que mistura ficção com realidade, Vânia (Juliana Knust) é uma policial que toma posse na Delegacia de Defesa da Mulher, no Rio de Janeiro, e se vê na missão de reestruturar uma instituição prejudicada pela burocracia, com policiais pouco interessado em resolver os casos. Em cada episódio, ela investiga um caso diferente baseado em acontecimentos reais. O terceiro de cinco episódios vai ao ar nesta quinta-feira (24/10), às 22h30.
“Como artista e ser humano, acho que discutir toda e qualquer forma de desrespeito, opressão, violência ou preconceito não é apenas importante, é uma necessidade básica”, disse ele. Correspondência a atriz que dá vida à protagonista. “O legal dessa série é entrar na casa das pessoas e, de alguma forma, oferecer ajuda e dar voz a essas mulheres que estão silenciadas. Tente torná-los fortes o suficiente para procurar ajuda.”
Desconstrução do machismo
No centro destas investigações está o policial Rodrigo, interpretado por Nikolas Antunes. Para o ator de 42 anos, o cenário exige que a sociedade tome consciência de que o machismo mata e Estranho Amor é uma produção empática, que permite que as pessoas de casa identifiquem essa realidade. “Quando um casal assiste junto, e vê esse passo da escalada para a violência, traz essa empatia e essa reflexão de que é um problema que atravessa qualquer realidade”, ponderou o ator, em conversa com a reportagem.
Para Antunes, a violência de género está presente em todas as classes sociais, as esferas são ilimitadas. “A série aborda o abuso e a violência doméstica em todos os aspectos. É uma violência crônica, latente, presente, dissipada. É preciso desconfiar de qualquer tipo de pessoa, investigar denúncias independentemente do colarinho branco, porque qualquer menção à violência deve ser investigado.”
Chefe da delegacia até a chegada de Vânia, Rodrigo é um policial machista que, ironicamente, trabalha em uma unidade que investiga casos de violência contra a mulher e utiliza métodos que não são os melhores para solucionar os casos. “É um cara do século 20, que precisa se desconstruir, mas que é capaz de se redimir. Digo isso porque reconheço as atitudes do Nikolas do passado. , disse o ator.
Antunes relatou que, assim como Rodrigo desqualifica Vânia por ser delegada, talvez ele, Nikolas, quando jovem, também a desqualificasse. E acrescentou que isso é muito positivo porque leva os homens a refletirem sobre atitudes de machismo estrutural que ainda são cultivadas. “Por que ainda são cultivados? Sinto orgulho de ter mudado. Olhamos para trás e vejo onde errei, mas isso não tira o meu compromisso com o caminho da desconstrução”, admitiu.
Espetacularização da dor
Na trama, Rodrigo tem ligação com Branca, influenciadora que explora o sensacionalismo dos casos de feminicídio e se torna uma espécie de antagonista de Vânia. “Sempre me interessei pela irreverência e liberdade dos antagonistas. Existe uma contradição humana muito poderosa que nos convida a refletir sobre nossas limitações e sentimentos em relação às coisas, mesmo que nossas ações sejam civilizadas”, destaca a atriz Raira Machado, 31, intérprete da menina.
“Desde que passei no teste para interpretar essa personagem, sabia que seria um desafio, pois ela quer expor outra mulher que acaba ameaçando seu lugar seguro de acesso e poder e, além da temática de violência doméstica que a série endereços, tive que tentar humanizar porque Branca quer tanto projeção a qualquer custo”, reflete Raira.
Ela conta que começou a refletir e pesquisar sobre o assunto e descobriu que estamos vivendo um momento muito complexo em relação às redes sociais. “Um momento de incentivo, em todos os momentos, para vivermos de uma determinada forma, uma versão específica que escolhemos expor e, muitas vezes, de forma ficcional, buscando validação mediada pelos seguidores. Foi aí que consegui humanizar a Branca. Ela é fruto dos tempos de hoje, e talvez não queira se ver e não exista sem todas essas visualizações que tanto busca com os buracos”, finalizou.
Espaço de visibilidade
Presente no elenco fixo, a atriz Yris Sampaio, 32, interpreta a dançarina Dayane, casada com o policial (Daniel Dalcin). “É fundamental promover a conscientização sobre a violência. E na série estamos falando de casos reais. No Brasil, o feminicídio é um grave problema social, com índices absurdos de assassinatos de mulheres por motivos relacionados ao gênero, muitas vezes por parceiros ou ex-namorados -parceiros. E ao abordar esse tema na série, cria-se um espaço de visibilidade para o combate ao machismo e ao patriarcado”, observou.
A série também fará parte da programação da Record, mas ainda não tem data de estreia.
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