O país volta às urnas neste domingo (27/10) para definir o comando das últimas 51 prefeituras. O futuro de 15 das 26 capitais e de outros 36 grandes e relevantes municípios está hoje em jogo. Uma eleição marcada por algumas novidades, como a luta por espaço na direita, que está sendo entendida como uma “cisão” neste campo político. Os dois principais líderes do país — o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu antecessor Jair Bolsonaro (PL) — tiveram pouca influência no primeiro turno e, nas cidades menores, prevaleceu a força das emendas parlamentares, dinheiro público que elegeu e reelegeu. -aliados eleitos de políticos que controlam esses fundos.
Ao contrário das previsões pré-eleitorais, Lula e Bolsonaro não reinaram como os grandes padrinhos deste conselho, ainda que os seus respectivos partidos até tivessem algum saldo positivo. O PL, que até agora conquistou 510 prefeituras, poderá sair vitorioso em áreas petistas como o Nordeste, onde disputa o segundo turno, por exemplo, em Fortaleza (CE). O PT prevê voltar a administrar uma capital, com chances em Fortaleza, Cuiabá e Natal.
No primeiro turno prevaleceu o domínio da direita e do centro-direita. Os partidos que conquistaram maior número de prefeituras não têm líder nacional, não têm nomes para disputar o Palácio do Planalto em 2026. O PSD aparece como campeão e conquistou 878 cidades, desbancando o MDB, com 847 prefeitos eleitos. Em seguida, o Centrão aparece em massa: PP (743), União Brasil (578) e Republicanos (430).
O PL de Bolsonaro, que afirmava vencer 1.500 prefeituras, ficou com 510. E o PT, que estimava vencer de 400 a 500 gestões, elegeu 248, terminando em nono lugar neste ranking, mas pelo menos foi melhor que nas disputas anteriores . Neste segundo turno, PT e PL vencem a corrida eleitoral e são os partidos com maior número de candidatos concorrendo. O PL tem nomes na disputa em 23 cidades e o PT, em 13.
A força do dinheiro mostrou o seu poder nas eleições. Os recursos públicos provenientes das emendas parlamentares ajudaram a reeleger 90% dos prefeitos das 180 cidades mais beneficiadas com esse recurso, mapeadas pela Controladoria-Geral da União (CGU). Esses prefeitos eleitos e reeleitos se beneficiaram e fizeram uso político das chamadas emendas pix, aquelas que não estão sujeitas a nenhum critério de transparência e são de difícil rastreabilidade. Deputados e senadores destinaram esses recursos e, assim, garantiram base eleitoral nos grotões para suas reeleições em 2026 ou para outras intenções políticas.
Isoladamente, a eleição trouxe alguns nomes. Se a vitória de Ricardo Nunes, do MDB, em São Paulo se confirmar, o governador Tarcísio de Freitas, do Republicanos, será o principal vencedor, ao apoiar o nome do emedebista mesmo em momentos de susto na campanha, quando o o atual prefeito se viu ameaçado por Pablo Marçal, do PRTB, e ficou em terceiro lugar nas pesquisas. Ao ver esse cenário, Bolsonaro abandonou o navio de Nunes, acenou para o influenciador e depois voltou ao emedebista, mas enfraqueceu. À esquerda, a reeleição de João Campos (PSB), no Recife, com 78% dos votos, o coloca como grande destaque deste lado do espectro político.
Extremos de rolamento
Para o advogado eleitoral Guilherme Barcelos, os campos de esquerda e centro-esquerda foram os maiores perdedores nestas eleições. “Basta observar os resultados eleitorais nas capitais e os resultados nas grandes cidades brasileiras do interior. Mas, é preciso notar, houve um fenômeno que surgiu nesta eleição, até inesperado: o retorno dos espectros do poder direto e centro-direita, com o regresso, e com força, de partidos como PSD, União e outros, que têm alcançado um sucesso considerável em todo o país. A chamada extrema-direita, embora continue a ter o seu espaço, deixou de sufocar. os chamados campos mais moderados deste espectro político”, avalia Barcelos. , membro titular da Academia Brasileira de Direito Político e Eleitoral (Abradep).
Na opinião de Marina Atoji, diretora da Transparência Brasil, na abertura das urnas no primeiro turno, constatou-se que as cidades mais contempladas pelas emendas do pix registravam maior taxa de reeleição de seus governantes do que o resto do país. A Transparência Brasil tem uma posição bastante crítica em relação à existência desse tipo de alteração e aponta falta de controle sobre os repasses.
“O uso dessas emendas gerou uma distorção em relação à reeleição. Quem já está no poder e busca um novo mandato tende a ganhar porque tem a máquina a seu favor, o que já é uma vantagem dada. grande contribuição das emendas, principalmente nos municípios, fica mais livre para aplicar esse recurso em ações de maior visibilidade e passa a ser um componente publicitário, até mesmo de propaganda. A emenda pix é um financiamento indireto de campanha”, disse Marina Atoji. Correspondência.
Para Rodrigo Reis, do Instituto Global Attitude, há a percepção de que Lula era “tímido” em apoiar seus aliados, comportamento que foi alvo de críticas internas dentro do PT. “No entanto, é preciso lembrar que, no segundo turno, o PT está na disputa em 13 municípios, incluindo quatro capitais, que são Cuiabá, Fortaleza, Porto Alegre e Natal”, disse.
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