Em meio às manifestações de preocupação do mercado financeiro com os gastos do governo, ministros da ala econômica fizeram declarações sinalizando que houve “convergência” para o corte de gastos. Os chefes da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, afirmaram nesta quarta-feira (30/10) que há consenso para que as medidas de revisão de despesas no Orçamento sejam anunciadas em novembro.
Segundo Haddad, o objetivo é aprimorar o texto que será enviado ao Congresso. “As medidas têm o impacto necessário para que o marco seja cumprido, independentemente da dinâmica de um item específico”, destacou aos jornalistas no Palácio do Planalto.
Na véspera, o ministro havia afirmado que o conjunto de medidas de contenção de custos não tinha prazo para ser anunciado e que dependeria da validação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A falta de perspectiva de ajuste fiscal impactou negativamente os investidores e fez com que o dólar fechasse em R$ 5,76, o maior valor em três anos.
Disse entender o que chamou de “agitação de mercado”, mas considerou que o papel do Tesouro é produzir a melhor redação possível, o que leva tempo. “O enquadramento fiscal demorou 10 dias a mais do que o previsto, o que foi importante para uma preparação adequada. Você está tratando de finanças públicas, não pode errar”, enfatizou, sem dar detalhes sobre as alternativas avaliadas pela equipe econômica.
Os ministros que compõem a Diretoria de Execução Orçamentária (JEO) têm reunião marcada para a tarde desta quarta-feira para discutir o tema. A diretoria é formada por Haddad, Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento) e Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos).
A expectativa é que a discussão avance na reunião, mas os ministros já sinalizaram que o anúncio será feito imediatamente, conforme destacou o chefe do Planejamento. “Para mim, precisamos apresentar agora em novembro. Nem todas as medidas precisam ser aprovadas este ano, porque a questão não é para o impacto de 2025. É para 2026”, argumentou Tebet.
Mais cedo, o ministro da Casa Civil também reforçou o compromisso do governo em fazer ajustes para cumprir a meta fiscal. O departamento chefiado por Costa é responsável pela manutenção das despesas de funcionamento dos programas governamentais.
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