Na quarta-feira (22), o governos de Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram que entrarão para a lista de países que reconhecem o Estado palestino.
“Reconheceremos o Estado da Palestina por muitas razões, que podem ser resumidas em três palavras: paz, justiça e coerência”, disse o primeiro-ministro EspanholPedro Sanchez.
“Quando o bombardeios pare… Quero que os espanhóis possam dizer, com a cabeça erguida e a consciência tranquila, que estavam do lado certo da história”, acrescentou.
O Hamas classificou a decisão como um “resultado direto da resistência corajosa do povo palestino”, enquanto Israel disse que “a história lembrará que a Espanha, a Noruega e a Irlanda decidiram conceder uma medalha aos assassinos e estupradores do Hamas”.
O Ministério das Relações Exteriores da Palestina disse que a decisão dos três países europeus mostrou “um compromisso inabalável com a solução de dois Estados”.
Uma esmagadora maioria de estados em África, Ásia, América Latina e Médio Oriente reconhece o Estado Palestiniano, totalizando 143 países.
Há duas semanas, 81% dos países membros da Assembleia Geral da ONU apoiaram a adesão do Estado Palestiniano à organização, da qual é membro observador desde 2012.
O Estado Palestiniano foi oficialmente declarado pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em 1988, e mais tarde reivindicou a soberania sobre os territórios palestinianos reconhecidos internacionalmente: a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza, embora sem uma delimitação clara de fronteiras.
A Autoridade Palestiniana, que governa e tem sede na Cisjordânia, é o representante legítimo dos palestinianos a nível internacional e, portanto, é reconhecida desde a década de 1990.
A lista de países que reconhecem este estado não inclui os Estados Unidos, o Reino Unido ou qualquer outro membro do G7.
Na América Latina, existem 19 países que reconheceram a existência do Estado Palestino: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua , Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
O único país latino-americano que não reconhece o Estado Palestino é o Panamá.
Foi também a única nação da região a votar contra a obtenção do estatuto de “Estado observador não membro” pelos palestinianos na ONU, numa votação histórica que teve lugar no final de 2012.
Gesto simbólico?
James Landale, repórter da BBC especializado em assuntos internacionais, salienta que o anúncio da Irlanda, Espanha e Noruega aumentará a pressão sobre outros governos europeus – incluindo o Reino Unido, França e Alemanha – para também reconhecerem o Estado palestiniano.
Ele alerta, no entanto, que o que aconteceu na quarta-feira é, em grande parte, apenas um gesto simbólico se não abordar outras questões vitais.
Quais deveriam ser as fronteiras? Onde a capital deveria estar localizada? O que ambas as partes devem fazer primeiro para que isso aconteça?
Landale indica que estas são questões difíceis sobre as quais nenhum acordo foi alcançado e que não puderam ser respondidas de forma satisfatória durante décadas.
“Hoje, alguns outros países da Europa acreditam que deveria haver um Estado palestiniano. Os apoiadores vão aplaudir a medida, os adversários vão condená-la”, afirma Landale.
“Mas é improvável que isto mude a dura realidade para os palestinos”.
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