Segundo o físico austríaco Erwin Schrödinger, se você colocar um gato em uma caixa coberta e lhe der um pouco de veneno, não há como saber se o gato está vivo ou morto. Ou seja, ambas as realidades coexistem ao mesmo tempo até abrir a tampa da caixa. A Square Enix trouxe um jogo para discutir como funcionam os resultados desse experimento.
Trazendo o protagonista desde o primeiro A vida é estranha voltar, Dupla Exposição mostra um mistério de assassinato – O gênero é apelidado em inglês como Quem não foi? ou em tradução livre, Quem fez isso? – e cabe a Max, agora com seus novos poderes de alternar entre multiversos, investigar e solucionar o crime.
Desenvolvido pela Deck Nine, que está por trás dos últimos títulos da franquia, e publicado pela Square Enix, o jogo é focado em seu enredo em que as escolhas importam para a conclusão da história.
A vida continua estranha
A nova aventura de Max Caulfield começa com ela praticando sua atividade favorita, a fotografia, parte vital do primeiro jogo, com as fotos fazendo parte da trama, aqui cerca de 10 anos após os acontecimentos da conclusão do primeiro jogo. A vida é estranha Originalmente, Max ingressou no Caledon College, que possui um rico currículo de Belas Artes, para estudar fotografia. Lá ela faz dois novos amigos, o alegre poeta Safi e o desajeitado astrônomo gênio Moisés. Todos parecem ter uma sinergia muito boa com a amizade recente, mas toda a situação muda quando misteriosamente, no meio de uma noite de neve, Max encontra sua amiga morta por um tiro.
Safi havia anunciado recentemente que teria publicado um de seus livros de poesia e sua mãe levanta para Max a possibilidade de ela ter tirado a própria vida, e ela nega com muita firmeza, não vendo motivo aparente para uma ação drástica, então a protagonista decide investigar quem poderia estar por trás do assassinato de sua amiga.
Neste jogo, Max parou de usar seus poderes por um tempo e eles não apenas permaneceram escondidos como também pareciam ter desaparecido, até que uma nova morte ao seu redor criou o gatilho para que seus novos poderes surgissem. Em Dupla ExposiçãoMax recebe o poder de alternar entre universos, o original onde Safi morreu e outro onde sua amiga permanece viva, e agora cabe a ela investigar e descobrir quem é o culpado.
No primeiro A vida é estranhaa protagonista tinha o poder de reverter o tempo, podendo testar as diferentes possibilidades do destino, ao mesmo tempo em que refletia sobre diversos acontecimentos de sua vida pessoal e da amiga (e do interesse romântico, aliás) Chloe.
Jogabilidade
À medida que jogamos como Max na história, ouvimos seus pensamentos e diversas vezes ela reflete sobre como as coisas estão, acontecimentos passados começam a perturbar sua mente novamente, com a possibilidade da vida de uma pessoa estar novamente em suas mãos.
O jogo permite interagir com itens selecionados do ambiente, todos, Max tem um comentário ácido ou inteligente para fazer sobre, além das escolhas que impactam, podendo alterar opções de diálogos e personagens que aparecem ao longo da trama.
A principal diferença nesta sequência de Max, seus novos poderes, consistem em alternar entre multiversos, um em que Safi está vivo e outro onde Safi morreu. Usando as mãos ela vê ecos coloridos de pessoas, quando ela está na realidade “morta” o mundo fica mais frio, prevalecendo uma paleta de cores em tons azuis, além disso, Max vê ecos amarelos e quando na realidade ela está “viva”, a paleta muda para cores mais quentes, e os ecos ficam azuis, o interessante da mecânica é que por serem “lugares” diferentes, as pessoas não ficam na mesma posição nos universos alternativos, assim como algumas coisas, com habilidades Max permite além de vê-la se movimentar entre o Multiverso, ela é a única, por exemplo, que pode pegar itens de um e levá-los para o outro.
Os poderes ajudam Max a investigar a situação, por exemplo, assim que ela descobre seus poderes e vai para o universo onde Safi continua viva, ela descobre que eles fizeram uma piada de mau gosto com sua amiga, destruindo o para-brisa de seu carro com uma caveira de vaca do bar local. A própria Max até pergunta se isso foi uma piada “inocente” ou um presságio de que Safi também está em perigo de alguma forma.
Um novo recurso de fotografia foi adicionado e em determinados momentos, Max irá sacar sua câmera para tirar algumas fotos e então você deverá enquadrar e obter o melhor ângulo das pessoas, sem falar na própria dupla exposição do título no modo fotografia que permite você brincar um pouco mais com a criatividade.
Ainda há duras críticas ao jogo por apresentar alguns problemas de desempenho, principalmente em consoles. Não tenho certeza se todos foram resolvidos com a famosa atualização do primeiro dia, mas em todo o tempo que passei fazendo a análise, não vi nada de importante, jogando no modo de qualidade do PlayStation 5.
Considerações Finais
A vida é estranha: dupla exposição cria um novo capítulo trágico na vida de Max, repetindo a fórmula do primeiro jogo, embora a história tenha momentos envolventes, como um todo não se compara ao primeiro, mas isso não a torna ruim, muito pelo contrário, é ainda tem seus momentos surpreendentes e consequências complexas de suas decisões.
A vida é estranha: dupla exposição está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.
*Este review foi feito com cópia enviada pela Square Enix Brasil.
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