O ministro da Educação, Camilo Santana, declarou-se contra o corte de gastos com educação. Durante entrevista coletiva no Encontro Global de Educação (GEM), nesta sexta-feira (11/01), ele respondeu a uma pergunta sobre os planos do governo federal de cortar despesas obrigatórias, como educação e saúde
“Serei terminantemente contra qualquer mudança nas medidas constitucionais da educação em nosso país e não tenho dúvidas de que o presidente Lula também concorda com minha afirmação. Pelo contrário, acho que a educação precisa aumentar os investimentos na educação neste país”, começou o ministro.
Santana destacou ainda que a prioridade de investimento do governo federal é na educação básica. “O Ministério da Educação tem o papel de olhar para a educação brasileira com uma visão sistêmica. Somos o condutor e coordenador da política internacional.
“Olhamos desde a creche até o ensino superior. Neste terceiro mandato do presidente Lula, demos um foco especial à educação básica. Vou te contar por quê: 68 milhões de brasileiros não concluíram o ensino básico neste país. Estamos falando de um terda população brasileira”, acrescentou.
“Justifico dizendo que o Brasil precisa olhar e ampliar seus investimentos em aplicações básicas, devido a uma terparte da população não ter completou estudos básicos, numa base per capita, um terdos países da OCDE, pelos resultados que temos na alfabetização, no PISA, na evasão escolar… Então, não tenho dúvidas de que o presidente Lula está no caminho certo e acredito que aumentaremos os investimentos”, acrescentou o ministro.
Atualmente, o Brasil investe na educação básica apenas 1/3 do valor de outros países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de US$ 11 mil per capita. No ensino superior, porém, o país já está mais avançado e investe cerca de US$ 15 mil per capita por aluno.
O ministro da Educação acabou brincando sobre o assunto. “Espero que Haddad (ministro da Fazenda) não fique bravo comigo.”
Limite de gastos com educação
De acordo com uma reportagem de jornal Folha de S.Paulopublicado neste quintoNa sexta-feira (31/10), a área econômica do governo estuda implementar um teto para despesas obrigatórias, que são aquelas que não podem ser cortadas facilmente, como salários e benefícios.
A ideia é criar mecanismos que acionem cortes automáticos de despesas caso a receita não atinja determinados valores. A intenção da medida é melhorar a gestão fiscal e evitar uma crise de dívida.
Os principais programas afetados na Educação seriam o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDTC).
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