No mundo, vivem atualmente 722 mil centenários, segundo projeções da Organização das Nações Unidas (ONU) para 2024. Essas pessoas oferecem uma oportunidade única para estudos sobre longevidade. Agora, pesquisadores da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, criaram uma biblioteca de células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs) de indivíduos com mais de 100 anos e seus descendentes. Eles esperam que o material ajude na pesquisa de doenças associadas ao envelhecimento, como câncer, Alzheimer e doenças cardiovasculares.
As iPSCs podem se diferenciar em qualquer tipo de célula, com a vantagem de serem cultivadas indefinidamente. “Ao criar células estaminais centenárias, esperamos decifrar como estes indivíduos atrasam ou previnem doenças relacionadas com a idade, bem como desenvolver e/ou validar terapêuticas nessa mesma capacidade”, explicou Todd Dowrey, primeiro autor de um artigo sobre o catálogo, publicado na revista Célula Envelhecida. “Esta investigação fornece um recurso único que pode ser usado para compreender melhor os mecanismos por detrás da resiliência centenária e ajudar outros a maximizar os seus anos de vida saudáveis”.
Os cientistas obtiveram e caracterizaram mais de 100 amostras de sangue periférico de centenários e descendentes. A equipe analisou como a expressão genética é regulada nos relógios do envelhecimento molecular para comparar e contrastar as diferenças entre a idade biológica e a cronológica nessas pessoas.
Diferença
Ao estudar as amostras, os investigadores descobriram que os centenários e os seus descendentes eram biologicamente muito mais jovens. Alguns mostraram até duas décadas de diferença entre a idade biológica e a cronológica.
Segundo os cientistas, a investigação destaca a crescente ligação entre a medicina regenerativa e a biologia do envelhecimento. “Ao aproveitar a nossa capacidade de estudar a resiliência centenária em laboratório, esperamos desbloquear um roteiro detalhado para uma vida saudável, resistência a doenças e longevidade”, autor correspondente George J. Murphy, professor associado de medicina na Universidade de Boston.
História
Também na Universidade de Boston, um estudo descobriu que os centenários abrigam uma composição e atividade distintas de tipos de células imunológicas. Os sistemas de defesa dos superidosos são altamente funcionais e adaptaram-se com sucesso a um histórico de doenças, proporcionando-lhes uma longevidade excepcional.
Estas células imunitárias podem ajudar a identificar mecanismos importantes para o tratamento de doenças e promoção da longevidade. “Nossos dados apoiam a hipótese de que os centenários têm fatores de proteção que permitem a recuperação de doenças e da velhice extrema”, disse a principal autora do estudo, Tanya Karagiannis. Segundo o pesquisador, este é o maior conjunto de dados de células únicas de centenários.
Para identificar padrões imunoespecíficos de envelhecimento e longevidade humana extrema, os pesquisadores confiaram em uma técnica de sequenciamento genético. Eles então usaram a inteligência artificial para avaliar como a composição e a atividade celular mudam em função da idade.
A análise confirma observações feitas em estudos anteriores sobre o envelhecimento e identifica novas alterações exclusivas dos centenários que refletem a resposta imunitária. “Os perfis imunológicos que observamos em centenários confirmam uma longa história de exposição e apoiam a hipótese de que os centenários são enriquecidos em factores de protecção que aumentam a sua capacidade de recuperação de infecções”, disse a autora sénior Paola Sebastiani, Ph.D, diretora do Centro de Métodos Quantitativos e Ciência de Dados.
Os investigadores acreditam que as descobertas podem ajudar a estudar os mecanismos de resiliência imunitária que provavelmente contribuem para a longevidade extrema, como alvo para a terapêutica do envelhecimento saudável. “Os centenários e a sua excepcional longevidade fornecem um ‘modelo’ de como podemos viver de forma mais produtiva e saudável. Esperamos continuar a aprender tudo o que pudermos sobre resiliência contra doenças e prolongar o período saudável de uma pessoa”, disse Sebastiani.
PALAVRA DO ESPECIALISTA
Foco na prevenção
“O banco de células da Universidade de Boston é um primeiro passo para traçar o perfil genético dos centenários, com resultados promissores. Pesquisas com centenários nos mostram que é possível envelhecer bem, mas é fundamental consultar um médico para exames, avaliação dos níveis hormonais e outros indicadores, para que, quando necessário, possam ser realizadas substituições e tratamentos adequados. A chave para um envelhecimento saudável começa muito antes de chegar à velhice. Os hábitos saudáveis fazem toda a diferença durante o processo de envelhecimento. garantindo longevidade com qualidade de vida.”
Cinthia Abdalla, médico especializado em prevenção e envelhecimento saudável
Estudo preliminar aponta potencial em composto dietético
Pesquisadores da Universidade de Sevilha, na Espanha, e da Universidade de Kent, no Reino Unido, descobriram que o carotenóide fitoeno, grupo de compostos presentes em plantas e animais, aumenta a expectativa de vida e pode retardar o aparecimento de paralisia associada à formação de placas. . amilóides em um modelo de doença de Alzheimer. O estudo está em fase laboratorial e foi realizado no nematóide Caenorhabditis elegans.
Especificamente, foram observados aumentos na longevidade entre 10 e 18,6% e diminuições no efeito tóxico das placas entre 30 e 40%. Na pesquisa, a fonte do carotenoide foram as microalgas. “São resultados preliminares muito encorajadores, por isso procuramos financiamento para continuar a investigação e descobrir por que mecanismos estes efeitos são produzidos”, comentou Paula Mapelli Brahm, investigadora da Universidade de Sevilha.
Modelo
O cientista explica que Caenorhabditis elegans é um modelo animal amplamente utilizado em biomedicina. O nematóide foi fundamental em importantes descobertas reconhecidas com o Prêmio Nobel, como morte celular programada, interferência de RNA e aplicações da proteína GFP.
A equipe do professor Antonio Jesús Meléndez Martínez passou 15 anos estudando o fitoeno, encontrado em alimentos como tomate, cenoura, damasco, pimentão vermelho, laranja, tangerina e maracujá, entre outros. É um composto de absorção eficiente encontrado em muitos tecidos, inclusive na pele, onde estudos indicam que pode proteger contra a radiação ultravioleta.
A equipa trabalha na produção sustentável de alimentos saudáveis para reduzir o risco de doenças, com destaque para as aplicações dos carotenóides na agroalimentação, nutrição e cosmética. Nesta área coordenaram redes internacionais nas quais participaram investigadores de mais de 50 países.
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