O Senado aprovou o regime de urgência do projeto de lei que regulamenta o mercado de créditos de carbono no Brasil. A proposta, bloqueada desde o início do ano, foi negociada entre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e parlamentares nos últimos dias, e esteve na pauta do plenário desta terça. Porém, após acordo sugerido pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a votação foi adiada para terça-feira, quando acontecerá a próxima sessão presencial.
Esta semana, o Congresso sedia a 10ª Cúpula de Presidentes dos Parlamentos do G20 e, por isso, o Senado só teve sessões até esta terça-feira, sem a exigência de que os parlamentares estivessem em Brasília.
O acordo é que o assunto seja aprovado pela 29ª Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP29), que será realizada de 11 a 22 de novembro em Baku, no Azerbaijão.
O texto deverá funcionar como um cartão de visita do governo e é visto como uma prioridade para o avanço da agenda verde e o combate às alterações climáticas. O projeto estabelece limite de emissão de gases de efeito estufa por meio de sistema de compensação, com bonificações para as empresas que reduzirem a liberação de CO2 na atmosfera e punições para as mais poluidoras.
A proposta enfrentou um impasse entre o Senado e a Câmara sobre quem teria a palavra final na autoria do projeto. “Não buscamos o protagonismo do Senado ou da Câmara. É responsabilidade do Congresso como um todo entregar o melhor texto possível”, enfatizou Pacheco.
Confiar
A relatora, senadora Leila Barros (PDT-DF), fez alterações no conteúdo da proposta, o que obriga o texto a voltar para novo turno de votação na Câmara, onde já foi analisado. Ela afirmou que ouviu deputados e senadores para elaborar o texto substitutivo.
Segundo Leila Barros, o relatório mantém “mais de 80%” do que foi aprovado na Câmara, por isso ela disse esperar uma aprovação rápida nas duas Casas. “O mais importante hoje é aproveitarmos a oportunidade, porque o Brasil é uma potência ambiental”, frisou, ao pedir compromisso da Câmara para votar a matéria este ano.
O PL 182/2024 divide o mercado brasileiro de créditos de carbono em dois setores: regulado e voluntário. A primeira envolve iniciativas de autoridades públicas e observa regras estabelecidas no Protocolo de Quioto, assinado na COP3 em 1997, que previu pela primeira vez créditos de carbono. A segunda refere-se ao setor privado, mais flexível e sem padronização imposta.
A intenção do mercado regulado é incentivar as empresas a reduzirem suas emissões de gases poluentes por meio, inicialmente, do sistema de compensação. As empresas dos setores obrigados a respeitar os tetos de emissões que não cumprirem as regras terão que pagar multas equivalentes ao limite de 3% da receita bruta da empresa.
Antes do adiamento, o líder do União Brasil no Senado, Efraim Filho (PB), afirmou que faltaram “ajustes finos” no projeto. Segundo ele, que participou de reuniões com o governo sobre o tema, houve consenso entre o relator da matéria no Senado e o relator na Câmara, deputado Aliel Machado (PV-PR). “Se tiver que amadurecer por uma semana, até a próxima, ainda está dentro do que estimamos como a janela de oportunidade da COP29”, destacou.
Fazenda de fora
Um ponto polêmico é que o texto deixa o agronegócio, segundo maior responsável pelos gases de efeito estufa no Brasil, fora da regulamentação, com 27% do total. Para aprovar o projeto na Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado, em outubro do ano passado, o relator precisou chegar a um acordo com a bancada ruralista, o que levou à exclusão do setor das obrigações previstas no futuro Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões. Gases de Efeito Estufa (SBCE).
Logo depois, em dezembro de 2023, a Câmara aprovou uma nova versão, com uma série de alterações, que devolveu o processo aos senadores. O argumento utilizado foi que não há formas de medir as emissões de carbono das atividades agrícolas e que os principais mercados de carbono do mundo não incluem a agricultura e a pecuária na sua regulamentação.
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