O volume de passageiros afetados por cancelamentos de voos cresceu até outubro e já ultrapassou todo o ano de 2023. É o que aponta uma pesquisa da AirHelpuma empresa de tecnologia de viagens que auxilia passageiros em caso de interrupções de voos. Os cancelamentos afetaram 3,8 milhões de passageiros no país até outubro deste ano. No ano passado, 3,1 milhões de pessoas foram afetadas por este tipo de incidente.
A proporção de passageiros afetados por cancelamentos também aumentou. Nos primeiros dez meses deste ano foi de 1 em cada 21. O total em 2023 foi de 1 em cada 32.
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Proporcionalmente, mais passageiros foram afetados por atrasos superiores a 2 horas e cancelamentos. Até outubro de 2024, 4,488 milhões de pessoas foram afetadas por este tipo de ocorrência (1 em cada 18). No ano passado, os afetados totalizaram 3,969 milhões (1 em cada 25). Este tipo de ocorrência, quando não causada por questões meteorológicas ou de força maior, poderá dar origem a pedidos de indemnização por parte das companhias aéreas.
Nos primeiros 10 meses deste ano, as companhias aéreas brasileiras transportaram 80 milhões de passageiros. O volume registrado foi inferior à marca registrada no mesmo período de 2023, quando 98 milhões de passageiros foram transportados nos aeroportos brasileiros.
Compensação de passageiros?
?Para reclamar uma indemnização, os passageiros devem estar cientes de determinadas condições. A primeira é verificar se o atraso ou cancelamento realmente causou sofrimento, estresse ou prejuízo ao usuário. Eventos como falta a consulta médica importante, cancelamento de contrato, demissão, ausência em evento de grande relevância emocional, são situações que podem ensejar pedido de indenização por parte da companhia aérea. Caso o passageiro já tenha sofrido os chamados “danos morais” e possa comprová-los, os passageiros têm boas chances de obter uma indenização financeira média de R$ 10 mil por pessoa.
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O passageiro tem maiores chances de obter compensação financeira se a companhia aérea for a responsável direta pela interrupção do voo, por problemas técnicos ou falta de tripulação, por exemplo. A compensação deve ser abrangente, incluindo a compensação pelo sofrimento psicológico. Mesmo quando a interrupção do serviço se deve a condições meteorológicas extremas ou a situações de força maior que fogem ao controlo da companhia aérea, os passageiros continuam a ter direito a serviços e informações adequados e atempados.
“O conjunto de direitos dos passageiros aéreos que temos no Brasil é orientado ao cliente e oferece grande consideração aos passageiros aéreos, especificando exatamente quais cuidados as companhias aéreas devem fornecer e quando, em caso de problemas de voo.
No entanto, a lei é muito vaga no que diz respeito aos critérios de compensação e pode ser um desafio para um único indivíduo sem conhecimento especializado interpretar a lei corretamente. Entre os principais motivos pelos quais os passageiros brasileiros não reivindicam seus direitos em caso de problemas no voo estão: a falta de conhecimento sobre como fazer uma reclamação, mas também a falta de conhecimento dos direitos dos passageiros”, afirma Luciano Barreto, general diretor da AirHelp no Brasil.?
?Leis que protegem os passageiros no Brasil?
Quem voa no Brasil está protegido pelo Código de Defesa do Consumidor e pela legislação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que são os instrumentos jurídicos mais relevantes para o passageiro. Estas leis definem claramente as responsabilidades das companhias aéreas para com os seus passageiros sempre que haja problemas de voo.
?A legislação brasileira abrange voos domésticos dentro do Brasil, voos internacionais com partida ou chegada em aeroportos brasileiros, bem como voos com conexão em aeroporto brasileiro.?
?A legislação brasileira protege os passageiros, desde que seus voos atendam aos 4 critérios a seguir:?
- O voo pousou ou decolou em aeroporto brasileiro?;
- O voo foi cancelado com atraso, o voo atrasou mais de 3 horas ou houve overbooking?;
- Os passageiros não foram atendidos adequadamente pela companhia aérea?;
- O problema ocorreu nos últimos 5 anos.
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