O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, alertou nesta quinta-feira (7) sobre a “ameaça” de uma presença norte-coreana na Rússia, numa primeira tentativa de convencer Donald Trump a manter o apoio dos EUA à Ucrânia.
O regresso de Trump à Casa Branca levou as capitais europeias a considerar se ele poderia decidir limitar o apoio dos EUA à Ucrânia.
Contudo, os membros da NATO estão determinados a apoiar a antiga república soviética de todas as formas necessárias, considerando o resultado da guerra crucial para a aliança transatlântica.
Ao chegar na quinta-feira a uma cimeira da Comunidade Política Europeia (CPE) em Budapeste, Hungria, Rutte procurou convencer Trump da importância de manter o apoio à Ucrânia.
Para tanto, afirmou que a presença de soldados norte-coreanos na Rússia representa uma ameaça para os Estados Unidos.
Segundo Rutte, a Rússia está a transferir “tecnologia para a Coreia do Norte, que agora ameaça o futuro, para o território continental dos Estados Unidos, para a Europa continental e também para os nossos parceiros no Indo-Pacífico”.
“Estou ansioso para me sentar com o Presidente Trump e ver como podemos garantir coletivamente que enfrentaremos esta ameaça e manteremos a nossa parte do mundo segura”, disse Rutte em Budapeste.
Os países ocidentais afirmam que a Coreia do Norte fornece à Rússia projéteis de artilharia e mísseis.
Além disso, com base em informações dos serviços de inteligência sul-coreanos, afirmam que Pyongyang já tem cerca de 10 mil soldados na Rússia.
Durante a sua campanha eleitoral, Trump sugeriu que poderia suspender a ajuda dos EUA à Ucrânia, que já ascende a dezenas de milhares de milhões de dólares.
Resolva a guerra em um dia
Ele ainda prometeu que poderá resolver o conflito em menos de 24 horas.
Embora muitos tenham reagido com escárnio a esta promessa, a perspectiva de Washington cortar a sua ajuda é motivo de preocupação.
Por isso, os líderes europeus consideram prioritário convencer Trump a manter a ajuda, especialmente com o constante avanço das tropas russas no terreno.
Até o momento, os EUA contribuíram com cerca de US$ 90 bilhões (R$ 518 bilhões) para a Ucrânia, enquanto os países europeus forneceram outros US$ 125 bilhões (R$ 720 bilhões).
Além destas somas astronómicas, os Estados Unidos também contribuíram com um pacote substancial de armas sofisticadas.
No entanto, esta quinta-feira, durante a cimeira da CPE, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pareceu descartar um possível acordo para acabar com a guerra se o seu país concordasse em fazer algumas concessões.
“Alguns de vocês argumentaram que a Ucrânia deveria fazer concessões [Vladimir] Putin. Isto é inaceitável para a Ucrânia e seria suicida para toda a Europa”, disse ele.
“A Ucrânia merece o nosso apoio. Não importa se somos os Estados Unidos ou a Europa, porque foi brutalmente atacado”, comentou o presidente lituano, Gitanas Nauseda.
O primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, disse que se os EUA “decidirem mudar, isso não significa que tenhamos de mudar”.
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