Belém — Depois das primeiras 48 horas da eleição de Donald Trump como próximo presidente dos Estados Unidos, autoridades e políticos mais ligados ao governo de Joe Biden começam a perceber que nem tudo está perdido na área do combate às alterações climáticas. “Não é uma pessoa, um homem, que poderá inviabilizar a luta contra as alterações climáticas. Nem mesmo o poderoso presidente dos Estados Unidos poderá inviabilizar os esforços de 200 países em todo o mundo”, enfatizou John Kerry, ex-secretário de Estado do governo dos Estados Unidos e ex-assessor especial de Biden para o clima.
Kerry fez o discurso de abertura, nesta quinta-feira, na Conferência Internacional sobre Amazônia e Novas Economias, em Belém, promovida pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), liderado pelo ex-ministro Raul Jungmann. O evento foi carinhosamente apelidado de COP Pocket, em referência ao fato de que a cidade sediará a COP30 dentro de um ano.
Em formato de entrevista, com a participação do ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy — atualmente diretor do Banco Safra — e da diretora executiva de Clima e Sustentabilidade do Eurasia Group, Shari Friedman, Kerry falou durante uma hora sobre o que considera crucial para reverter o processo de mudança climática mudar. Ele mencionou que, se a temperatura continuar subindo, é sinal de que é preciso acelerar esse combate.
Acordo de Paris
Ainda referindo-se a Trump, sem citar o nome do republicano, Kerry lembrou que o primeiro mandato do ex-presidente viu um recuo na agenda ambiental, por exemplo, com a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, assinado em 2015. Na ocasião, os governos comprometeram-se a reduzir as emissões.
Os Estados Unidos voltaram ao acordo no governo Biden, e a expectativa de Kerry é que não haja mais retrocessos. O ex-secretário de Estado foi incisivo ao dizer que os governantes “têm um mandato e precisam de seguir as leis” e que a população dos Estados Unidos não abandonou os compromissos com a agenda ambiental, que considera um processo positivo. Contudo, se, até agora, a temperatura continuar a subir, ou seja, o mundo continuar a aquecer, “é um sinal de que estamos no caminho errado e que precisamos de fazer mais e mais rápido”.
Em relação ao mundo, Kerry acredita que houve algum progresso desde a assinatura do Acordo de Paris. Em Dubai, por exemplo, as demandas foram mais veementes em relação à transição energética, ou seja, à redução de usinas a carvão e aos investimentos em energias renováveis. “Precisamos de fazer mais e podemos fazer mais”, afirmou, referindo-se à substituição de energias poluentes por energias limpas, com destaque para o armazenamento desta energia. “Muita gente diz que vai custar muito, mas não vai custar mais do que quando construímos estradas e linhas de transmissão”, argumentou. Ele aposta que as empresas conseguirão ganhar mais dinheiro num mundo sustentável.
A luta contra as alterações climáticas fez Kerry elogiar a China, que era o segundo maior emissor do planeta. “A China está agora a fazer mais progressos nas energias renováveis do que o resto do mundo.” Ele também mencionou o Brasil como um país que tem a chave para trabalhar fortemente o conceito de bioeconomia. “O presidente Lula tem feito grandes esforços para reduzir o desmatamento e conseguiu essa redução. Há muitas oportunidades no Brasil”, destacou.
Kerry defendeu a criação de um fundo climático, capaz de reduzir os riscos dos investimentos nesta área ambiental e, assim, atrair mais capital para este sector. Ele também considera que é preciso criar um preço para o carbono. “Penso que na COP30 haverá muito mais discussão sobre o mercado de carbono, e se tivermos um preço para o carbono, vamos acelerar isso”, destacou, prometendo estar presente na COP30 no próximo ano.
O jornalista viajou a convite do Ibram
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