Os gastos do governo com o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) saltaram 20% em setembro em relação ao mesmo mês do ano passado, atingindo um déficit de R$ 26,2 bilhões. Segundo relatório do Tesouro Nacional, divulgado nesta quinta-feira, esse foi o principal motivo do saldo negativo do resultado primário (sem considerar despesas com gestão da dívida) do chamado governo central, de R$ 5,3 bilhões.
O resultado, em valores nominais, surpreendeu técnicos do Ministério da Fazenda, que esperavam um déficit de R$ 2 bilhões. Os outros dois componentes do cálculo – Tesouro Nacional e Banco Central – observaram saldo positivo, totalizando R$ 20,9 bilhões em setembro.
Um dos principais fatores que influenciaram o déficit do RGPS em setembro foi o pagamento antecipado de R$ 4,3 bilhões em precatórios federais destinados à recuperação do Rio Grande do Sul, que só seria feito em 2025. Houve também crescimento real do R R$ 1,1 bilhão em despesas com Benefício de Prestação Continuada (BPC) no regime de Renda Mensal Vitalícia (RMV), que, segundo o governo, é resultado direto do aumento do número de beneficiários, além do aumento do mínimo salário, que passou de R$ 1.302 para R$ 1.412 neste período.
“Temos também um efeito pontual no mês de setembro na arrecadação do RGPS, que naquele mês caiu 2,7%, apesar da arrecadação bruta de previdência ter aumentado. Essa arrecadação do Tesouro é o que deduz as restituições e indenizações, então apesar desse grupo ter crescido 7% na conta da Receita, esse resultado líquido fez com que a arrecadação do RGPS caísse neste mês”, explicou o subsecretário de Planejamento Estratégico de Política Fiscal, David Ataíde.
No acumulado do ano, até setembro, as contas públicas registraram déficit primário de R$ 105,2 bilhões, o que supera em cerca de 6,5% o resultado do mesmo período de 2023, quando houve déficit de R$ 94,3 bilhões. Até setembro, a Previdência acumulou déficit de R$ 265,8 bilhões, ante superávit de R$ 160,6 bilhões do Tesouro Nacional e do Banco Central.
Na avaliação do mestre em Economia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Murilo Viana, o mercado está menos otimista quanto ao cumprimento do marco fiscal no próximo ano, já que o hiato fiscal segue em trajetória ascendente. Conforme explica o especialista, parte relevante da despesa primária cresce acima do limite de expansão estabelecido pelo novo quadro fiscal, o que pressiona o já apertado espaço para despesas discricionárias. “É por isso que existe tanta pressão sobre o governo para viabilizar uma estratégia fiscal credível, que reduza, em certa medida, o volume total de despesas no curto prazo, e que desacelere a taxa de crescimento das despesas obrigatórias no médio e longo prazo. prazo”, avalia.
Tribunal
O mercado aguarda o anúncio de um pacote com medidas de corte de gastos para o orçamento de 2025. Havia expectativa de que o anúncio pudesse ser feito ontem. Porém, Lula ainda deverá ter novas conversas com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, antes de enviar as medidas ao Congresso Nacional.
Ainda ontem, o Ministério das Finanças publicou uma nota onde afirmava que eram “enganosas” as informações publicadas na internet que indicavam que o governo poderia cortar despesas em áreas essenciais, como a saúde e os transportes. Segundo informações que circularam, o corte seria de R$ 15 bilhões. Sem a redução nessas áreas, a proposta cairia para R$ 10 bilhões. As duas propostas foram negadas pelo Departamento.
Para o consultor econômico da Leroy Associados, Felipe Diniz Leroy, o crescimento das despesas governamentais e o buraco na Previdência evidenciam a falta de uma política de austeridade fiscal desde o início do mandato. Diante disso, ele avalia que há uma garantia real baixa na economia brasileira, o que fez com que o Banco Central aumentasse os juros para evitar que os investidores fugissem do país. “No que diz respeito à Segurança Social, é uma conta grande e crescente para o governo e essa conta só tende a aumentar, pela redução da natalidade, pelo aumento da esperança de sobrevivência, que já tem impacto nas contas públicas, e além de tudo Este é um governo que não implementou nenhum tipo de política de austeridade fiscal”, comenta.
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