Desenvolvida inicialmente para controlar a glicemia, a substância semaglutida mostrou-se eficaz na redução de eventos cardiovasculares em pacientes com sobrepeso ou obesidade, mas sem diabetes. Uma nova análise do estudo Select apresentado no congresso científico ObesityWeek, nos Estados Unidos, identificou 11% menos internações hospitalares entre os usuários da dosagem de 2,4mg administrada uma vez por semana, em comparação ao placebo.
Segundo o estudo, os pacientes tratados com a substância tiveram menor probabilidade de serem hospitalizados por qualquer causa, inclusive complicações cardiovasculares graves. A semaglutida é um análogo do GLP-1, ou seja, atua de forma semelhante a um hormônio produzido naturalmente no organismo, aumentando a sensação de saciedade.
“Esta foi a primeira vez que realmente demonstramos que o tratamento médico para a obesidade resultou na modificação das doenças cardiovasculares através da redução de eventos”, disse Donna H. Ryan, uma das autoras do ensaio clínico e professora da Universidade da Califórnia, durante a apresentação. . Estado da Louisiana, nos Estados Unidos. Iniciado em 2018, o estudo Select envolveu 17.604 adultos de 41 países, incluindo o Brasil, onde participaram 607 pacientes de 15 centros de pesquisa.
“O estudo é um grande marco”, disse ele Correspondência o endocrinologista Fábio Trujillo, presidente da Federação Latino-Americana de Obesidade (Flaso) e vice-presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso). “Foi o primeiro estudo em pacientes com obesidade que mostrou redução do risco de eventos cardiovasculares maiores, que seriam infarto agudo do miocárdio não fatal, acidente vascular cerebral não fatal e morte cardiovascular. Essa redução ficou em torno de 20%”, detalha.
Inflamação
Outro estudo recente, publicado na revista Jornal de Medicina da Nova Inglaterramostraram que a semaglutida reduz a dor no joelho associada à osteoartrite, melhorando a capacidade física em pessoas com obesidade. Em média, os pacientes perderam 13,7% do peso corporal, em comparação com 3,2% no grupo placebo, em 68 semanas.
Um questionário que avalia dor, rigidez e função física de pacientes com osteoartrite de joelho foi aplicado entre os participantes. As usuárias do análogo hormonal GLP-1 apresentaram redução significativa na percepção da dor (menos 41,7 pontos). No grupo placebo, o efeito foi mais discreto (27,5 pontos a menos). “O estudo mostrou que as pessoas que usaram semaglutida também tiveram mudança no estilo de vida. Em relação à dor, essa melhora foi impressionante: cerca de 40 pontos a menos, em média. Talvez seja um tratamento que possa até evitar muitas cirurgias”, destaca Trujillo.
Duas perguntas para Fábio Trujillo, presidente da Federação Latino-Americana de Obesidade (Flaso) e vice-presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso)
A explicação para a melhora da dor em pacientes com osteoartrite de joelho é apenas a perda de peso?
Acredito que seja uma combinação de coisas. Claro que existe o estresse mecânico causado pela obesidade, ou seja, se você perder peso, claro que isso também vai melhorar essa dor. A artrite não vem só com a obesidade, é uma doença que produz substâncias inflamatórias e causa ali uma certa disfunção metabólica. Então, acredita-se que o resultado dessa melhora, que foi impressionante, na dor, vem dessas duas coisas, a melhora do peso e a melhora dos padrões inflamatórios que a perda de peso leva. Ou seja, ao perder peso, você também tem uma diminuição da inflamação e da produção de substâncias que contribuem para a dor.
Com base nos resultados do estudo Select, você acredita que a semaglutida deveria ser um tratamento crônico para pacientes com obesidade e doenças cardiovasculares?
A obesidade é uma doença crônica. Então, se a paciente perdeu peso e interrompe a medicação, muito provavelmente ela irá recuperar o peso. O tratamento da obesidade tem que continuar. Então eu responderia que sim, esses pacientes precisariam continuar o tratamento com semaglutida continuamente. E por que semaglutida? Porque o estudo foi feito com essa substância. Até que tenhamos outros estudos com outros medicamentos, só podemos afirmar isto.
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