Rio de Janeiro (RJ) — Os mais de três quilômetros do Boulevard Olímpico, às margens da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, estão lotados, desde esta quinta-feira, por movimentos sociais, organismos internacionais e autoridades de todo o mundo. Criado sob liderança brasileira, o G20 Social é uma experiência inédita do evento internacional e antecede a Cúpula de Líderes. Com debates e programas simultâneos, o evento conta com a presença de ministros e também do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com as explosões de bombas que assustaram Brasília na quarta-feira, a segurança na capital fluminense foi reforçada. A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro disponibilizou nas ruas mais de 17 mil policiais civis, militares e criminais, além de aeronaves e drones. A tecnologia será utilizada para prevenir possíveis ameaças, monitorar e neutralizar dispositivos perigosos ao longo dos cerca de 14 quilômetros do evento, que acontece no centro da capital carioca.
Além disso, estão sendo realizadas varreduras de bombas ao redor do evento. A presença de policiais é verdadeiramente abundante em todo o G20 Social, desde a entrada, com viaturas e buscas individuais, até a entrada de cada pavilhão, onde há outro buscador e detector de metais. O secretário de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro, Victor Santos, justificou a ação preventiva.
“Está em nosso DNA desenvolver planos de segurança para eventos considerados altamente críticos. Estamos integrados aos órgãos federais e municipais, seguindo todos os protocolos de padrões internacionais, com material especializado e emprego humano”, disse o secretário, acrescentando, ainda, que a reunião desta quarta-feira eventos geram “maior atenção”.
O primeiro dia do G20 Social contou com a participação dos ministros e da primeira-dama Janja Lula da Silva na mesa de abertura. Na ocasião, as autoridades reforçaram a importância da participação dos ativistas na programação internacional.
“O G20, historicamente, acontece com pessoas a quilômetros de distância fazendo protestos. Então, a proposta do presidente foi trazer o povo para o G20, através do G20 social, para poder contribuir nesse processo de tomada de decisão. feito durante todo o ano de debate”, disse o chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo.
Janja chamou a atenção para a grande conquista da presidência brasileira no G20, a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. “A Aliança Global está prestes a dar frutos. Estamos a avançar para a plena adesão não só dos membros do G20, mas de outros países, outras organizações da sociedade civil e do meio académico. Estamos num momento de viragem fundamental para a humanidade, no qual precisamos nos unirmos para um futuro que talvez pareça um pouco incerto, mas sabemos para onde precisamos ir”, comentou a primeira-dama.
Janjapalooza
O Festival Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza também começou esta quinta-feira, com shows de Daniela Mercury, Seu Jorge, Diogo Nogueira e outros artistas da edição que celebrou a ancestralidade e a herança africana.
Janja, responsável pela organização do evento que vai até este sábado, abriu os shows. Devido ao envolvimento da Primeira Dama na promoção do festival, este foi apelidado de “Janjapalooza”.
O prefeito do Rio de Janeiro e aliado do governo, Eduardo Paes (PSD), também deu as boas-vindas aos presentes. “Esta semana estarão presentes os principais líderes políticos das economias mundiais e o presidente Lula colocou [como prioridade] a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. O que veremos é uma celebração, mas também é um grito de alerta para chamar a atenção para as vozes das pessoas que são abandonadas ou esquecidas por esses líderes”, declarou.
Paes foi à Base Aérea do RJ receber o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desembarcou nesta quinta-feira, no final da tarde, na capital carioca. Na agenda presidencial não há informações sobre a participação desta sexta no G20 Social, mas ele está confirmado para comparecer ao encerramento do evento neste sábado. Nesta ocasião, receberá dos movimentos sociais as principais recomendações de ativistas dentro dos temas a serem discutidos na Cúpula de Líderes. São eles: combate à pobreza e à fome, alterações climáticas, transição energética sustentável e governação global.
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