Em reação ao ataque ao Supremo Tribunal Federal, nesta quarta-feira, os ministros criticaram duramente a radicalização da política e, sem citar nomes, atribuíram ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores a disseminação de discursos de ódio que colocaram a Corte no centro da discussão. ataques de extrema direita. O presidente Luís Roberto Barroso e o reitor Gilmar Mendes deixaram claro que o gesto de Francisco Wanderley Luiz, o extremista que se explodiu diante do STF, é o último episódio de uma sequência de ataques às instituições da República —especialmente ao Judiciário – e o Estado Democrático de Direito.
Ao abrir a sessão, Barroso listou acontecimentos de extremismo relacionados aos apoiadores de Bolsonaro Daniel Silveira (que, entre outras afrontas à Corte, disse que o ministro Edson Fachin merecia uma “pancada como um gato morto”) e Roberto Jefferson (que chamou a ministra Cármen Lúcia de “ prostituta”), além da deputada Carla Zambelli (PL-SP) —que às vésperas do segundo turno das eleições de 2022 perseguiu, de arma em punho, pelas ruas de São Paulo, um homem que lhe havia feito uma provocação política .
“Em fevereiro de 2021, um deputado divulgou um vídeo com discursos de ódio, insultos e ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal, com um grau inimaginável de grosseria e incivilidade. Em outubro de 2022, um parlamentar, notório por esquemas variados, desrespeita a ordem de o STF e ataca policiais federais com fuzis e granadas. Ele disse que foi em nome da liberdade. Em outubro de 2022, um parlamentar persegue um cidadão armado. do que aquilo a que todos fomos submetidos”, enumerou.
Apesar de afirmar que o extremismo deve ser combatido com punições severas, Barroso apelou ao regresso da civilidade no debate político. “Onde é que nos perdemos neste mundo de ódio, intolerância e golpismo? Porque é que de repente surgiu o pior das pessoas? Porém, mais do que procurar os inspiradores desta mudança na alma nacional, o que precisamos é fazer o caminho de volta à civilidade, ao respeito mútuo, onde perdemos a luz da nossa alma afetuosa, alegre e fraterna para as trevas do ódio, da agressão e da violência?”, questionou.
Por sua vez, Gilmar afirmou que o ataque desta quarta-feira à noite “não é um incidente isolado”. Para ele, é preciso reforçar a necessidade de regulamentação das redes sociais. Ele também destacou que o discurso de ódio foi incentivado pelo governo Bolsonaro.
“Mesmo que o extremismo e a intolerância tenham atingido o paroxismo em 8 de janeiro de 2023, a ideologia rasteira que inspirou a tentativa de golpe de Estado não emergiu repentinamente. Pelo contrário. O discurso de ódio, o fanatismo político e a indústria da desinformação foram amplamente encorajados pelo governo anterior “, ressaltou.
Mais cedo, em master class no Conselho Nacional do Ministério Público, o ministro Alexandre de Moraes —relator do inquérito que investiga os atos golpistas— reforçou que o ataque ao STF “não é um fato isolado no contexto” e apontou a como o ataque mais grave à Corte desde 8 de janeiro de 2023. E também responsabilizou Bolsonaro e seu governo pela radicalização política, incentivada pelo chamado “gabinete do ódio” — grupo de assistentes palacianos do ex-presidente que promoveu ataques e espalhar desinformação nas redes sociais.
“Que Deus queira que seja um ato isolado. Mas é um contexto que começou lá atrás, quando o famoso ‘gabinete do ódio’ começou a jorrar discursos de ódio contra as instituições e contra o Supremo Tribunal Federal, principalmente”, enfatizou.
Sem perdão
Moraes relembrou os atos antidemocráticos e os ataques à autonomia do Judiciário, dos ministros do Supremo e de seus familiares. O magistrado destacou a necessidade de pacificar o país, mas defendeu que isso não será feito através do indulto dos criminosos. “Ontem foi uma demonstração de que essa necessária pacificação do país só é possível com a responsabilização de todos os criminosos. Não há possibilidade de pacificação com anistia para os criminosos”, afirmou, referindo-se à PEC da Anistia, que pretende suspender penas dos condenados dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
“O criminoso anistiado é um criminoso impune. E a impunidade vai gerar mais agressividade, como aconteceu ontem, o que faz com que as pessoas pensem que podem vir a Brasília e tentar entrar no Supremo Tribunal Federal para explodir porque foram instigadas por muita gente , infelizmente muitos, com altos cargos na República”, sublinhou.
O ministro observou que o radicalismo político no Brasil, nos últimos anos, “tem crescido sob o falso disfarce de um uso criminoso da liberdade de expressão”. “Em nenhum lugar do mundo se ofende, ameaça e coage a liberdade de expressão. Isto é um crime. Este cresceu em dimensão e resultou, da tentativa de descrédito das instituições, no dia 8 de janeiro”, destacou.
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