Atentado em Brasília afeta cúpula do G20 e exige reforço de segurança

As explosões em Brasília na noite desta quarta-feira, 13, devem aumentar ainda mais as preocupações e exigir medidas de segurança adicionais durante a cúpula do G20 no Rio de Janeiro. Tratado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva como um ataque com motivação política, o episódio preocupa membros do Itamaraty diretamente envolvidos na preparação do encontro.

A cidade do Rio de Janeiro se prepara para receber, na segunda e terça-feira, 55 delegações estrangeiras, a maioria representada por chefes de estado e de governo das 20 maiores economias do mundo, países convidados e líderes de organizações internacionais.

Entre eles, os presidentes dos EUA, Joe Biden, da China, Xi Jinping, da França, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e o chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, as cinco potências com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU.

O ataque ocorreu poucos dias após a chegada de Xi a Brasília. Ele fará visita de Estado e passará quarta-feira, 20, na capital. O presidente chinês será recebido por Lula no Palácio da Alvorada, a quatro quilômetros do local das explosões, no Supremo Tribunal Federal. A recepção no Alvorada é inusitada e, segundo secretários do Itamaraty, já sinalizou restrições de segurança.

Segurança

Entre as medidas de segurança exigidas pelas delegações estrangeiras estavam justamente as varreduras do esquadrão antibombas da Polícia Federal (PF) nos hotéis da orla carioca e nos ambientes onde os líderes estarão, especialmente o Museu de Arte Moderna (MAM), onde estarão ficar dois dias.

Informado das explosões pelo Estadão À saída de uma reunião com diplomatas, um embaixador com papel central no G20 afirmou que o nível de segurança será certamente elevado para a cimeira seguinte ao ataque.

A poucos dias da reunião, os preparativos ainda estão sendo finalizados no Rio e foram fiscalizados ontem pela primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja. Foram colocadas grades no Aterro do Flamengo, que ficará fechado ao público nos próximos dias, e batedores das forças de segurança circularam em motocicletas.

No entanto, não houve um policiamento tão aberto, uma vez que apenas negociadores diplomáticos estiveram na cidade para discussões prévias. Lula deve chegar amanhã para cumprir uma agenda paralela do Sub-20, com prefeitos, e do G20 Social.

Reforço

Um trailer da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi instalado próximo ao Aeroporto Santos Dumont, que por questões de segurança para delegações estrangeiras estará fechado para voos comerciais entre os dias 17 e 20 (domingo a quarta). O espaço aéreo será controlado e o tráfego de veículos será bloqueado.

Lula optou por empregar as Forças Armadas de 14 a 21 de novembro, por meio de decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O controle militar começou ontem, mas deve ser ampliado, segundo um embaixador brasileiro.

O número esperado de efetivos da Marinha, Exército e Aeronáutica era de 9 mil, segundo o Ministério da Defesa. Eles funcionarão na Marina da Glória, no MAM, no Monumento ao Estácio de Sá, nos hotéis da orla, do Leme à Barra da Tijuca, nos aeroportos Santos Dumont e Galeão (utilizados pelas delegações) e nas respectivas autoridades. viagens.

A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.