Ao lado do deputado federal Alencar Santana (PT-SP), pré-candidato a prefeito de Guarulhos, na Grande São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou neste sábado (25) da inauguração de duas obras na Via Dutra, no município. A rodovia é uma das principais rodovias do país, ligando o Rio de Janeiro à capital paulista. A cerimônia — que foi chamada de “comício de Lula” pelo próprio presidente — chamou a atenção pela ausência do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que participou do início das obras quando era ministro da Infraestrutura no governo Bolsonaro.
A cerimônia marcou a entrega do trevo Jacu-Pêssego, no km 213 da Dutra, e da marginal sentido São Paulo, entre os km 209 e 211, no trevo de Bonsucesso. O trecho fica em Guarulhos, região metropolitana da capital paulista, e é essencial para o escoamento da produção local, principalmente das indústrias paulistas. “Ninguém vai ficar mais duas horas no trânsito para chegar em casa”, disse o presidente, na solenidade que contou com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e do ministro dos Transportes, Renan Filho, entre outras autoridades.
Lula destacou que as obras foram entregues nove meses antes do previsto. No total, o trecho inaugurado e outras melhorias na região totalizam um investimento de R$ 1,4 bilhão. Sua presença na posse, porém, causou desconforto na relação com o governo Tarcísio. Segundo o Palácio do Planalto, o convite para participação do governador foi feito três dias antes do evento, mas Tarcísio teria afirmado ter outros compromissos.
O Planalto chegou a divulgar a cerimônia com a esperada participação de Tarcísio, mas atualizou o material posteriormente. Aliados do governador criticaram o convite feito em cima da hora e veem a posse de Lula como uma tentativa de levar crédito pela obra, iniciada no governo passado.
Revanchismo
Na sexta-feira, antes da posse, o governador divulgou em suas redes um vídeo reivindicando a autoria das obras e citando o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Um sinal de que tudo o que planejamos naquela época se concretizou. Um projeto que acompanho de perto, desde a minha passagem pelo Ministério da Infraestrutura”, escreveu em sua conta no X (antigo Twitter), ao comemorar a conclusão do trabalhar. “Batemos o martelo na Bolsa em outubro de 2021, assinamos o contrato ao lado do presidente Jair Bolsonaro, acompanhamos sua execução no canteiro e agora está pronto!”, completou.
Em seu discurso, Lula não mencionou Tarcísio, mas fez uma série de críticas a Bolsonaro. “Em apenas um ano, investimos mais em rodovias do que o governo anterior fez em quatro anos”, disse ela. O presidente também acenou para Alencar Santana, que deverá concorrer à prefeitura de Guarulhos, e disse que o deputado insistiu para que Lula visitasse a cidade. Fez o mesmo na sexta-feira, em Araraquara, quando chamou Edinho Silva — aliado de longa data — de melhor prefeito do Brasil. Edinho não pode concorrer à reeleição porque está no segundo mandato, mas pretende indicar um sucessor para o PT. O presidente disse ainda que já realizou muitos comícios em Guarulhos para “eleger muitos prefeitos petistas”.
A menos de três meses do prazo legal para início da campanha, apesar do tom eleitoral, Lula evitou pedir votos, como fez na capital paulista com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), também pré-candidato. O erro com Boulos resultou em pedido de multa de R$ 25 mil para Lula pelo Ministério Público Eleitoral por campanha antecipada. Por lei, a campanha só é permitida a partir de 16 de agosto.
Protestos
Em meio ao ato, Lula enfrentou protestos de um grupo de servidores federais da educação, que estão em greve pela recuperação salarial e reclamam da postura do governo nas negociações. Muitos deles levantaram bandeiras. O presidente reagiu, argumentando que manifestar-se é um direito e alfinetando o governo anterior. “Há pouco tempo os estudantes não podiam manifestar-se. Os professores não podiam protestar”, disse o petista.
Contudo, o chefe do Executivo reagiu à greve dos funcionários da educação. A greve da categoria já dura 40 dias. Os trabalhadores reclamam que falta disposição do governo para negociar, já que a gestão apresentou sua “proposta final” na semana passada, com reajuste médio de 9% para o próximo ano e de até 5% para 2026, além de aumentos nos benefícios.
“Vejo alguns camaradas levantando cartazes lá para mim: ‘estamos em greve’. É ótimo que vocês possam vir ao comício de Lula e levantar um cartaz. na hora certa”, disse ele. “Há pouco tempo, os estudantes não podiam manifestar-se. Os professores não podiam queixar-se. Os reitores não podiam queixar-se e o governo não estava disposto a negociar”, acrescentou.
Solidariedade com Gaúchos e Palestinos
Ao inaugurar ontem as obras da Via Dutra em Guarulhos, São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu solidariedade ao Rio Grande do Sul e à população da Faixa de Gaza. Sua reação ocorre no momento em que o volume do rio Guaíba volta a aumentar e a cidade de Rafah, ocupada principalmente por palestinos, é bombardeada.
“Quero terminar pedindo que aplaudam o povo gaúcho, que são verdadeiros heróis sobreviventes daquela catástrofe climática que aconteceu”, disse Lula, que admitiu ter ficado “nervoso” ao ver o preço do arroz no supermercado. Segundo ele, por isso autorizou a importação do produto, depois que as enchentes prejudicaram grande parte da colheita e o transporte da parcela já colhida.
O governo ordenou a importação de um milhão de toneladas de alimentos, zerando o imposto de importação e liberando R$ 6,7 bilhões em crédito extraordinário para comprar arroz no exterior.
“Arroz e feijão são algo que nós, brasileiros, não conhecemos e não queremos abrir mão. Por isso, tem que ter um preço que as pessoas mais humildes e trabalhadoras possam comprar. decisão de importar um milhão de toneladas de arroz, para podermos equilibrar o preço do arroz neste país”, reagiu.
Mulheres e crianças
O presidente reiterou as suas críticas às ações do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que insiste na manutenção das operações militares, apesar do Tribunal Internacional de Justiça recomendar a suspensão das ações (ver Mundo). “Quero pedir solidariedade às mulheres e crianças que morrem na Palestina devido à irresponsabilidade do governo israelita, que continua a matar mulheres e crianças”, destacou. “Não podemos permanecer calados diante das aberrações.”
Lula não mencionou a morte do brasileiro Michel Nisembaum, 59 anos, feito refém pelo Hamas. Mas nas redes sociais, anteontem, o presidente lamentou. “Tomei conhecimento, com imensa tristeza, da morte de Michel Nisembaum, um brasileiro feito refém pelo Hamas. Conheci sua irmã e sua filha, e sei do imenso amor que sua família tinha por ele”, escreveu, na conta X (anteriormente Twitter). “Continuaremos empenhados nos esforços para libertar todos os reféns, para que possamos ter um cessar-fogo e paz para o povo de Israel e da Palestina”, sublinhou.
Solidariedade com Gaúchos e Palestinos
LEG: Vista aérea de Porto Alegre onde ruas inteiras estão submersas
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Ao inaugurar ontem as obras da Via Dutra em Guarulhos, São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu solidariedade ao Rio Grande do Sul e à população da Faixa de Gaza. Sua reação ocorre no momento em que o volume do rio Guaíba volta a aumentar e a cidade de Rafah, ocupada principalmente por palestinos, é bombardeada.
“Quero terminar pedindo que aplaudam o povo gaúcho, que são verdadeiros heróis sobreviventes daquela catástrofe climática que aconteceu”, disse Lula, que admitiu ter ficado “nervoso” ao ver o preço do arroz no supermercado. Segundo ele, por isso autorizou a importação do produto, depois que as enchentes prejudicaram grande parte da colheita e o transporte da parcela já colhida.
O governo ordenou a importação de um milhão de toneladas de alimentos, zerando o imposto de importação e liberando R$ 6,7 bilhões em crédito extraordinário para comprar arroz no exterior.
“Arroz e feijão são algo que nós, brasileiros, não conhecemos e não queremos abrir mão. Por isso, tem que ter um preço que as pessoas mais humildes e trabalhadoras possam comprar. decisão de importar um milhão de toneladas de arroz, para podermos equilibrar o preço do arroz neste país”, reagiu.
Mulheres e crianças
O presidente reiterou as suas críticas às ações do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que insiste na manutenção das operações militares, apesar do Tribunal Internacional de Justiça recomendar a suspensão das ações (ver Mundo). “Quero pedir solidariedade às mulheres e crianças que morrem na Palestina devido à irresponsabilidade do governo israelita, que continua a matar mulheres e crianças”, destacou. “Não podemos permanecer calados diante das aberrações.”
Lula não mencionou a morte do brasileiro Michel Nisembaum, 59 anos, feito refém pelo Hamas. Mas nas redes sociais, anteontem, o presidente lamentou. “Tomei conhecimento, com imensa tristeza, da morte de Michel Nisembaum, um brasileiro feito refém pelo Hamas. Conheci sua irmã e sua filha, e sei do imenso amor que sua família tinha por ele”, escreveu, na conta X (anteriormente Twitter). “Continuaremos empenhados nos esforços para libertar todos os reféns, para que possamos ter um cessar-fogo e paz para o povo de Israel e da Palestina”, sublinhou. (VOCÊ)
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