A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o tarlatamabe, terapia para câncer de pulmão de pequenas células (CPPC) em estágio avançado, que obteve resposta objetiva em 40% dos pacientes, controlando a doença em 70% dos casos. O CPPC representa 15% de todos os casos de câncer de pulmão diagnosticados em todo o mundo e está intimamente associado ao tabagismo.
Embora os pacientes tenham uma boa resposta inicial à quimioterapia, a maioria progride rapidamente para estágios mais avançados em poucos meses. Atualmente, há poucas opções para controlar a doença — a sobrevida média é de 12 meses após o primeiro tratamento, com sobrevida de cinco anos em 7% das pessoas que têm esse tipo de tumor, considerando todos os estágios.
A terapia aprovada pela Anvisa é uma molécula chamada T-cell Engager, que permite ao sistema imunológico do paciente procurar e combater células cancerígenas em seu corpo. Estudos clínicos demonstraram taxa de resposta objetiva de 40% em relação ao tratamento, sendo que aproximadamente 59% desses pacientes mantêm a resposta por pelo menos seis meses. O tratamento é direcionado a pacientes em estágio extenso ou que não responderam à quimioterapia.
Potencial
“Com base nos resultados dos estudos clínicos que tenho acompanhado, acredito que há muito potencial para este tratamento mudar a prática clínica, principalmente porque vimos que os pacientes não estavam respondendo tão bem aos protocolos atuais”, disse ele. contado Correspondência o oncologista Gilberto de Castro, do Centro de Oncologia do Hospital Sírio Libanês e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). “Com a nova terapia, observamos que o tratamento é seguro e apresentou resultados promissores em termos de durabilidade da resposta e sobrevida do paciente, o que representa um grande avanço para uma doença agressiva como o CPPC. Há mais de 30 anos não havia opção de tratamento de segunda linha.”
Castro explica que a CPPC atinge principalmente pacientes fumantes que fumam muito. Nessas pessoas, o tumor surge como consequência de diversas alterações no DNA das células. “Essas alterações genômicas muitas vezes podem estar associadas a mecanismos que tornam o tumor resistente a tratamentos como quimioterapia e radioterapia”, afirma. Portanto, medicamentos que agem de forma diferente, como os que estimulam o sistema imunológico, podem ser mais eficazes. “Esses medicamentos ajudam o sistema imunológico a reconhecer e atacar o tumor com mais eficiência, aumentando as chances de sucesso no tratamento. Este é precisamente o caso do tarlatamabe, que tem a capacidade de ativar o sistema imunológico contra o câncer.”
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