Pelo menos 17 milhões de mulheres no Brasil viveram ou vivem em risco de feminicídio. Na 25ª comemoração do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, a pesquisa Medo, ameaça e risco: percepções e experiências de violência doméstica e feminicídio das mulheres, divulgada ontem pelo Instituto Patrícia Galvão (IPG), mostra que duas em cada 10 Mulheres já foram ameaçadas de morte pelo parceiro ou ex-parceiro.
Entre as mulheres ameaçadas, 25% eram negras, 16% eram brancas e 19% eram pardas. A maioria (60%) afirma ter terminado o relacionamento quando ameaçado de morte. Em 19% dos casos, as mulheres negras terminam relacionamentos, enquanto apenas 10% das mulheres brancas afirmam que o fazem. Além disso, 44% afirmam ter muito medo de serem mortos e 37% denunciaram o ataque à polícia.
Segundo Jacira Melo, diretora executiva do IPG, a ameaça de morte no domicílio pode assumir diversas formas. “Ameaças verbais com expressões como ‘vou te matar’ ou ‘vou acabar com você’; ataques físicos como engasgo; ou exibição de armas, como faca, facão ou revólver – qualquer situação que gere no mulher, um sentimento de medo associado ao risco de ser morta. É uma ameaça”, explica.
Segundo a pesquisa, uma em cada três mulheres denunciou à polícia e pediu medida protetiva após uma agressão. Porém, apenas uma em cada quatro mulheres terminou o relacionamento após sofrer violência por muito tempo.
A dependência económica da vítima em relação ao agressor foi citada como a principal razão (64%) para as mulheres permanecerem em relações agressivas. Em seguida, para 61% das vítimas, o agressor faz com que acreditem que se arrependeram e que irão mudar. 59% têm medo de morrer caso o relacionamento termine. Em média, o medo está presente em 46% dos motivos para manutenção de relacionamentos violentos — 44% para mulheres brancas e 49% para mulheres negras.
Desconfiança
O estudo revela ainda a desconfiança de grande parte da população feminina em relação à punição de assassinos e agressores. Para nove em cada 10 mulheres, todos os feminicídios podem ser evitados se a vítima receber proteção do Estado e da sociedade. Porém, para 84,5% dos entrevistados, as medidas de proteção são ineficazes, pois o agressor não respeita e a polícia não garante a segurança.
Além disso, duas em cada três mulheres acreditam que nada acontece aos homens que cometem estes crimes. Apenas 20% confiam que antigos ou actuais parceiros que cometem violência serão presos. Para 95% dos entrevistados, os agressores sabem que a violência doméstica é crime, mas estão convencidos de que não serão punidos.
Jacira entende que não é só o sistema de justiça que falha na proteção das mulheres, mas também a polícia, com falta de serviços e de profissionais qualificados.
“Outro problema diz respeito à escassez de serviços que possam proteger e ajudar as vítimas e ao despreparo de muitos funcionários para lidar com uma situação de violência doméstica em que existe risco de feminicídio”, nota.
Mesmo com o ceticismo das mulheres em relação ao sistema de justiça, Jacira reforça a necessidade de denunciar casos de violência doméstica. “As mulheres precisam de acreditar que não devem subestimar uma ameaça e, ao mesmo tempo, que não precisam – e não devem – enfrentar o problema sozinhas. Devem procurar e receber apoio daqueles que as rodeiam, como familiares, amigos e colegas de trabalho ou escola Deve-se também procurar ajuda em serviços especializados, como polícia, saúde, justiça e centros de atenção psicossocial. É importante que as mulheres levem a sério o risco que correm e tentem não ficar sozinhas. Jacira.
Prisão preventiva ordenada
Ontem, a Justiça de São Paulo determinou a prisão preventiva de Denilson Bento, de 55 anos, que assassinou a ex-mulher, Gianeriny Santos Nascimento, de 42 anos, na Ladeira Porto Geral, no Centro Histórico de São Paulo. Ela foi resgatada e levada para a Santa Casa, mas não sobreviveu aos ferimentos. O crime aconteceu no último sábado após uma discussão entre Denilson e Gianeriny —que tinha um negócio naquela região no dia 25 de Março e era conhecido como Jane.
Câmeras de segurança flagraram o feminicídio (reprodução de vídeo no topo) e mostra Denilson tirando a arma de uma bolsa que carregava no ombro. A mulher ainda tentou fugir ao perceber que ele ia atirar, mas não deu tempo —três tiros atingiram Jane no abdômen. Após cometer o crime, Denilson tentou fugir, mas foi dominado por pessoas que acompanhavam a discussão que terminou em tragédia. Logo em seguida, uma viatura da Polícia Militar apareceu e retirou o homem, que foi detido em flagrante. Jane era dona da Domdoca Esmalteria, loja de produtos de beleza com muito movimento na região. Nas redes sociais, ela tem mais de meio milhão de seguidores.
*Estagiário sob supervisão de Fabio Grecchi
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