De acordo com o relatório da Polícia Federal, divulgado nesta terça-feira (26/11), detalhes das armas e métodos operacionais utilizados para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes revela o grau de violência das ações que estavam sendo planejadas pelos 37 réus, acusados de planejarem um golpe de Estado.
Os documentos, acessados após a retirada do sigilo, mostram que o grupo criminoso planejava utilizar armas de guerra, artefatos explosivos e métodos como envenenamento para a execução das ações. Entre os itens listados nos planos de operação estavam armas de uso restrito e aparelhos telefônicos e chips descartáveis para evitar rastreamento.
A natureza violenta do planeamento é ainda evidenciada pela menção explícita aos danos colaterais, que foram classificados pelos conspiradores como “100% possíveis e aceitáveis”. Isto inclui a possibilidade de mortes de terceiros, indicada como um custo viável para a realização do golpe. O uso de linguagem militar e de termos técnicos nos documentos reforça que a conspiração foi estruturada com alto nível de organização e preparo.
O arsenal planejado incluía pistolas calibre 9mm e .40, além de rifles de alta precisão, como os calibres 5,56mm, 7,62mm e .338. Além disso, o plano previa a utilização de armamento coletivo pesado, como uma metralhadora M249, conhecida por seu uso em cenários de combate, um lançador de granadas de 40 mm e um lançador de foguetes AT4, equipamentos utilizados em operações militares de alta complexidade.
O ministro Alexandre de Moraes, um dos alvos da conspiração, poderia ser assassinado com uso de explosivos ou envenenamento quando participava de evento público oficial. Os conspiradores avaliaram os riscos da operação, indicando que eram elevadas as chances de “captura” dos executores, bem como a possibilidade de “danos colaterais” e “vítimas” (mortes) entre os envolvidos na ação.
O planejamento já estava em andamento, com ações de reconhecimento do comboio do ministro e dos protocolos de segurança adotados. Nos documentos analisados, os conspiradores consideraram admissível o sacrifício de toda a equipe de segurança de Moraes e até mesmo dos militares envolvidos na operação, reforçando o caráter violento e extremo da conspiração.
O plano também tinha como alvo o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e seu vice, Geraldo Alckmin. Lula, identificado pelo codinome “JECA”, foi descrito como um alvo cuja eliminação poderia desestabilizar profundamente a chapa presidencial vencedora, colocando o governo “sob a tutela principal do PSDB”. O documento mencionava a vulnerabilidade sanitária de Lula, indicando que métodos como envenenamento ou uso de produtos químicos para causar colapso orgânico estavam entre as possibilidades analisadas.
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