Ontem, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas aprovou a convocação do cantor sertanejo Gusttavo Lima e o convite ao influenciador digital Felipe Neto para explicar a ligação que possuem com as empresas de apostas esportivas online — as apostas. O artista foi intimado porque sua prisão foi ordenada pela juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, em razão de viagem que fez com o casal de investigados José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques Rocha, sócios do Go de Aposto, para a Grécia. Gusttavo teria fugido para Miami quando sua prisão foi anunciada.
“A convocação é fundamental para esclarecer o nível de envolvimento com esse mercado, incluindo possíveis recebimentos irregulares ou participação em ações consideradas antiéticas ou ilegais. Como figura pública influente, sua atuação pode ajudar a entender o impacto das celebridades na promoção de apostas online. principalmente entre os consumidores mais vulneráveis”, explicou a relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS).
No dia 15 de setembro, Gusttavo foi indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa. A polícia apreendeu R$ 150 mil na sede de sua empresa, em Goiânia, a Balada Eventos e Produções. Ele também descobriu 18 notas fiscais sequenciais, emitidas por outra empresa do cantor, a GSA Empreendimentos, em favor da PIX365 Soluções — Vai de Bet, segundo a polícia.
No caso de Felipe Neto, ele foi convidado — ou seja, atende a ligação dos senadores se quiser — para esclarecer sobre as propagandas da casa de apostas Blaze, no ano passado. “O depoimento pode lançar luz sobre alguns pontos cruciais no trabalho desta comissão. Por exemplo: como são feitos os contratos de promoção entre influenciadores e casas de apostas, incluindo valores das propostas e valores recebidos, modelo de recompensa, duração do contrato e principais pontos que levaram para que ele não promova mais casas de apostas”, explicou o autor do pedido, senador Dr. Hiran (PP-RR).
Quem também deverá comparecer à CPI é o empresário Fernando Oliveira Lima, ligado ao grupo Fortune Tiger (Jogo Tigrinho), por determinação da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF). Isso porque os advogados de Fernando OIG, como é conhecido, entraram com pedido de liminar na Justiça para que ele não compareça ao colegiado para prestar depoimento.
O ministro atendeu parcialmente ao pedido da defesa de Fernando e garantiu que ele poderá ser auxiliado por advogados durante a sessão da CPI. Além disso, terá o direito de permanecer calado se as suas respostas o puderem incriminar. O empresário foi alvo de diversas investigações sobre jogos ilegais.
Instalada no início do mês, a CPI das Apostas tem até 116 dias para investigar os impactos dos jogos online nos orçamentos familiares, além de examinar possíveis ligações com organizações criminosas e atividades de lavagem de dinheiro. (Com Agência Brasil)
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