cientistas estudam corpo do animal

Nesta segunda-feira (12/02), cientistas se reuniram em torno do corpo de uma baleia dente-de-espada, a mais rara do mundo e nunca vista viva no mar, para decodificar os mistérios da espécie. O animal foi encontrado morto em uma praia bem preservada da Nova Zelândia em julho deste ano. Além deste animal, apenas outras seis baleias da espécie foram avistadas anteriormente.

“Não posso dizer o quão extraordinário isto é”, disse Anton van Helden, conselheiro sénior de ciências marinhas da Agência de Conservação da Nova Zelândia, que deu o nome de baleia dente-de-espada para a distinguir de outras espécies de baleias. baleia de bico, em declaração ao Agência France-Presse (AFP). “Para mim, pessoalmente, é inacreditável.”

Até o momento, não se sabe onde essas baleias vivem no oceano, por que nunca foram vistas na natureza ou como são seus cérebros. As baleias de bico possuem sistemas estomacais diferentes e ainda não se sabe como funciona o processo de ingestão de alimentos pelas baleias dente-de-espada. A causa da morte da baleia encontrada também é desconhecida.

Estude a história das baleias dente-de-espada

As outras seis baleias encontradas anteriormente estavam intactas, mas foram enterradas antes que testes de DNA e identificação pudessem ser feitos para confirmar que faziam parte da espécie rara. Por esta razão, a investigação realizada pelo pequeno grupo de cientistas e especialistas culturais da Nova Zelândia não tem precedentes.

O estudo é realizado em um centro de pesquisa agrícola próximo à cidade de Dunedin. Os cientistas esperam ter algumas respostas já na próxima semana. A hipótese sobre a morte é que ela tenha sido causada por tubarões cortadores de biscoitos, devido a algumas marcas encontradas na baleia, mas ainda não se sabe se essa é a real causa.

Como a pesquisa é feita em parceria com os Mori, povo indígena da Nova Zelândia, a dissecação será silenciosa, metódica e mais lenta que o normal. A baleia é considerada um tesouro precioso e será tratada com a reverência dispensada a um ancestral pelos Mori, com membros presentes durante o procedimento e compartilhando conhecimentos e costumes tradicionais – como a realização de um karakia, uma oração, sobre o animal.

Os pesquisadores apontam que as baleias dente-de-espada vivem no sul do Oceano Pacífico, onde estão localizadas algumas das fossas oceânicas mais profundas do mundo.

Joy Reidenberg, anatomista da Escola de Medicina Icahn no Monte Sinai, em Nova Iorque, diz que o interesse não está apenas em como estes animais morreram, mas como viveram. “Ao descobrir como eles vivem, esperamos encontrar descobertas que possamos aplicar à condição humana”, disse ele.

*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes