Dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a proporção de pessoas no Brasil que vivem abaixo da linha da pobreza atingiu, no ano passado, a menor desde o início da série histórica, em 2012. Os números constam em o relatório Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2024, divulgado ontem pelo instituto.
Segundo o IBGE, no ano passado, cerca de 59 milhões de pessoas viviam com renda mensal igual ou inferior a R$ 665 por mês, ou US$ 6,85 por dia, usada como métrica internacional pelo Banco Mundial para definir os parâmetros em que um ser humano pertenceria à condição social menos favorecida economicamente. Em 2022, o IBGE estimou que 67,7 milhões de brasileiros eram pobres. Isto significa que, num ano, o número de pessoas que vivem nestas condições caiu de 31,6% para 27,4%, com cerca de 8,7 milhões de pessoas a saírem da pobreza.
No mesmo período, a proporção de brasileiros com renda domiciliar per capita abaixo da linha da pobreza extrema passou de 5,9% para 4,4%, o que também representa o nível mais baixo registrado desde 2012. Nesse caso, o Banco Mundial considera como pobreza extrema no país. famílias onde a renda por pessoa não excede US$ 2,12 por dia ou R$ 209 por mês. Além de bater recorde, pela primeira vez esse indicador ficou abaixo de 5%.
No geral, a população em extrema pobreza no país caiu de 12,6 milhões para 9,5 milhões de pessoas, o que também indica o menor número desde 2012. De 2022 a 2023, cerca de 3,1 milhões de pessoas saíram da pobreza extrema. Segundo o IBGE, se não existissem programas sociais no Brasil, a proporção de pessoas em extrema pobreza no mesmo ano teria subido de 4,4% para 11,2%. Aqueles abaixo da linha da pobreza teriam aumentado de 27,4% para 32,4%.
Segundo a pesquisa, a proporção de pessoas que viviam em domicílios beneficiados por programas sociais passou de 25,8% para 27,9% em um ano. Em 2020, quando houve recorde histórico da série, essa proporção havia chegado a 36,8%, com a ampliação dos benefícios utilizados para combater os efeitos causados pela pandemia da Covid-19, como o Auxílio Emergencial. No ano passado, cerca de 51% das pessoas nas zonas rurais viviam em agregados familiares beneficiários de programas sociais, enquanto nas zonas urbanas esta proporção atingiu apenas 24,5%.
Desigualdade
Utilizado para medir a desigualdade de renda da população, o Índice de Gini no Brasil permaneceu o mesmo de 2022, em 0,518. Neste caso, quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade no país. Na avaliação de André Simões, pesquisador que participou do estudo, os indicadores mostram que há pobreza entre a população ocupada, provavelmente relacionada à vulnerabilidade social de alguns segmentos do mercado de trabalho. “No entanto, a pobreza e a pobreza extrema entre os trabalhadores são menos intensas do que entre a população desempregada”, considera.
Para o pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a melhoria na qualidade de vida foi impulsionada por benefícios sociais para as faixas de renda mais baixas. “Esse dado é corroborado tanto pelas políticas sociais quanto pelo mercado de trabalho mais aquecido. Então, entendemos que para um país se desenvolver é fundamental que ele tenha, por um lado, políticas ativas de combate à pobreza extrema e, também, investimento em saúde, educação, saneamento, mas, por outro lado, temos que ter uma economia em expansão”, avalia o economista.
César Bergo, professor de Economia da Universidade de Brasília, destaca a queda do nível de desemprego no país e reforça a necessidade de dar continuidade às políticas de incentivo ao aumento do rendimento médio dos trabalhadores. “Sabemos que a desigualdade social em nosso país é alarmante. Mas não há dúvida de que esses dados divulgados pelo IBGE nos trazem alguma esperança”, destaca.
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