O governador Tarcísio Gomes de Freitas deixou claro ontem que manterá Guilherme Derrite à frente da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), apesar de dois casos de violência policial terem sido noticiados na imprensa. Na primeira, um policial joga um homem de uma ponte em um riacho —os demais policiais que o acompanhavam não fizeram nenhum esforço para detê-lo. Na segunda, um policial militar dispara 11 tiros contra um jovem que acabava de roubar quatro pacotes de sabonete de um mercado.
Tarcísio foi questionado após participar da cerimônia em que recebeu a Medalha do Mérito Legislativo da Câmara dos Deputados das mãos do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). “Eu não vou [demiti-lo]. Vejam os números, vocês vão ver que ele está fazendo um bom trabalho”, disse, tentando se esquivar dos jornalistas.
A resposta foi seguida de comentário sobre o homem atirado de uma ponte por um policial — Tarcísio negou que o jovem atirado do muro tenha morrido: “Ele tem ferimentos leves, [a PM] não matou. O que aconteceu foi muito ruim, vamos agir. Então, cuidado com as afirmações”, recomendou.
O governador não especificou a que números se referia ao defender a permanência de Derrite. Mas dados do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) mostram que as mortes causadas por policiais militares em São Paulo aumentaram 46% até 17 de novembro, em comparação com o mesmo período do ano passado.
No total, entre janeiro e 17 de novembro, 673 pessoas foram mortas por policiais militares, ante 460 nos 12 meses do ano anterior. Dos casos registrados neste ano, 577 ocorreram em ações praticadas por policiais em serviço, enquanto 96 foram causados por policiais que estavam de folga. A média atual de mortes é de duas por dia.
Imagens do motociclista, identificado apenas como Marcelo, sendo atirado vieram à tona nesta terça-feira. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) retirou 12 policiais, além daquele que jogou o jovem de uma altura de 3 metros, na Cidade Ademar, Zona Sul da capital paulista.
Segundo o pai do jovem, Antonio Donizete do Amaral, o filho passa bem e não tinha antecedentes criminais. A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo pediu à Justiça Militar a prisão do soldado Luan Felipe Alves Pereira, apontado como o responsável por jogar Marcelo da ponte.
Outro caso cujas imagens chamaram a atenção pela brutalidade foi o assassinato de Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, executado com 11 tiros pelo PM Vinicius de Lima Britto, no Jardim Prudência, na Zona Sul de São Paulo. O crime ocorreu no dia 3 de novembro. O policial estava de folga. O jovem havia tentado roubar quatro pacotes de sabonete.
Pacheco: casos “nojentos”
Quase ao mesmo tempo em que Tarcísio foi homenageado na Câmara dos Deputados, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), divulgou nota na qual classificou como repugnantes as cenas em que o motociclista Marcelo foi jogado do alto de uma ponte por um policial militar, em São Paulo.
“O valor da polícia no Brasil, que é real e reconhecido pela sociedade, não se encontra nos graves casos recentemente registrados pela imprensa, que são exceções absolutamente repugnantes. o ser humano, um dos principais alicerces da República brasileira”, destacou o presidente do Senado.
Mas não foi só Pacheco quem criticou a atuação dos policiais em São Paulo. A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns e a Seção de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) emitiram ontem notas de repúdio.
“Matar crianças, como o jovem Ryan, de apenas quatro anos; atirar em um estudante de medicina de 23 anos, desarmado e indefeso; atirar um ser humano, sob custódia policial, de uma ponte; ou disparar 11 tiros, para trás, contra um desempregado desarmado homem, suspeito de roubar dois sabonetes — não pode se tornar rotina para uma polícia honesta, decente e cumpridora”, afirmou a comissão, exigindo também a demissão imediata de Guilherme Derrite, secretário estadual de Segurança Pública.
Cássio Thyone, membro da diretoria do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, observa que Tarcísio “está sinalizando a continuidade de uma política de enfrentamento, uma política que dá carta branca aos policiais para agirem como agem”. (Contribuição de Israel Medeiros)
*Estagiário sob supervisão de Fabio Grecchi
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