O câncer do colo do útero pode se tornar uma doença residual no Brasil, graças ao novo Plano Nacional de Eliminação do Câncer do Colo do Útero do Ministério da Saúde. A estratégia, baseada em avanços no diagnóstico, tratamento e vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV), busca combater o terceiro tipo de câncer mais comum em mulheres no Brasil e a quarta causa de morte pela doença, com cerca de 17 mil novos casos e 7 mil mortes anualmente.
O HPV é responsável por quase 100% dos casos da doença, sendo os tipos 16 e 18 responsáveis por 70% dos casos. Embora o vírus seja extremamente comum, infectando até 90% da população em idade precoce, a sua persistência pode levar ao desenvolvimento de cancro.
Uma das principais inovações do plano é a substituição do tradicional exame preventivo (Papanicolau) por um teste molecular de alta precisão para diagnóstico do HPV. “É um teste que permite saber se o vírus persiste ou não. As pessoas são infectadas pelo HPV com muita frequência, em idade precoce, provavelmente 90% da população. Normalmente esse vírus desaparece, mas quando persiste há maior possibilidade de desenvolvimento de doenças associadas, levando a lesões precursoras e ao próprio câncer do colo do útero”, explica Roberto Gil, diretor-geral do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que os testes moleculares podem reduzir os casos de cancro em 46% e a mortalidade em 51%. O exame será direcionado a mulheres e pessoas com útero entre 25 e 64 anos, principalmente aquelas que nunca fizeram o exame.
Além disso, será implantado um sistema de autocoleta, permitindo que os próprios pacientes coletem o material em casa. O método já está em fase de testes em Pernambuco e São Paulo e será ampliado em 2025, priorizando regiões com alta mortalidade, como Norte e Nordeste.
Embora a legislação exija que o tratamento seja iniciado em até 60 dias após o diagnóstico, a maioria dos pacientes da região Norte só inicia o processo após esse período, e 65% deles aguardam mais de dois meses. A região regista a maior taxa de mortalidade, 15%, acima da média nacional de 6%.
A OMS estabelece como meta fazer o rastreio de 70% das mulheres, tratando rapidamente 90% dos casos positivos. Para isso, o Brasil precisará aumentar em 56% as colposcopias e em 600% as biópsias realizadas na rede pública.
Vacinação
A eliminação do câncer cervical depende diretamente da vacinação contra o HPV. A meta do Ministério da Saúde é imunizar 90% do público-alvo, formado por meninas e meninos de 9 a 14 anos, além de pessoas imunocomprometidas, vítimas de violência sexual e usuários de Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP).
Segundo Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), trata-se do público que ainda não iniciou a vida sexual, ou seja, ainda não foi exposto ao vírus. “É o público que corre o maior risco e, ao mesmo tempo, a melhor oportunidade de se proteger.”
Apesar dos avanços, a cobertura vacinal apresenta disparidades regionais. Entre as meninas, a média nacional é de 81,1%, com estados como o Paraná ultrapassando 96%, enquanto o Acre registra menos de 43%. Entre os meninos, a média é de 56,9%, e o Norte novamente apresenta os índices mais baixos, com apenas 25% no Acre.
Desde abril, o PNI passou a adotar o esquema vacinal de dose única, seguindo recomendações da OMS. Este ano, mais de 6 milhões de doses foram distribuídas pelo SUS. A prioridade para 2025 será ampliar a cobertura nos municípios com taxas baixas, principalmente entre os meninos.
*Estagiário sob supervisão de Andreia Castro
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