Bem em território brasileiro, é cada vez mais visível uma espécie de “defeito” no campo magnético do planeta Terra, o que tem preocupado cientistas de todo o mundo. Mas o que isso significa e por que os especialistas estão tão alertas? Se você está confuso, não se preocupe, a explicação vem agora.
Nosso planeta é cercado por um campo magnético formado no núcleo da Terra, centro formado por ferro líquido que tem pelo menos 3 mil quilômetros de profundidade. Esse tipo de camada invisível está em contato com o restante do espaço e funciona como barreira protetora contra ventos solares e radiação cósmica.
O campo magnético não é uniforme em todo o planeta. Em algumas partes do mundo, a intensidade desta força pode ser maior ou menor. A Anomalia Magnética do Atlântico Sul (Amas) é um tipo de falha em uma parte do campo magnético que se estende pelas regiões Sul e Sudeste do Brasil e atinge o mar que faz fronteira com a África. Os investigadores indicam que a intensidade do campo nesta região é até um terço daquela no resto do mundo e continua a enfraquecer.
De acordo com o Relatório sobre o estado do campo geomagnético para 2023, publicado este ano pelo World Magnetic Model (WMM), a área desta anomalia aumentou cerca de 7% nos últimos quatro anos. O estudo indica ainda que o centro de Amas se deslocou 20km para oeste da superfície terrestre, ou seja, em direção ao Brasil.
Evolução da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (Amas) entre 2014 e 2020
Agora vamos direto ao ponto: o que isso impacta em nossas vidas?
Uma das implicações, segundo o WMM, é que esta região poderia “causar danos de radiação aos satélites e problemas com a propagação de rádio”. Isso significa que os satélites humanos que orbitam a Terra às vezes precisam “desligar” ao passar por esta área para evitar serem danificados. Além disso, o problema com a propagação das ondas de rádio pode impactar todo o sistema de comunicação, incluindo o uso de radares e GPS.
A falha no campo magnético também significa que esta área está menos protegida contra partículas do vento solar. Essas tempestades de partículas que “escapam” do campo gravitacional do Sol em direção à Terra podem destruir satélites artificiais, interferir nos serviços de comunicação e causar pane nos sistemas elétricos. Um verdadeiro apagão tecnológico.
Atualmente, o Amas é monitorado pela Agência Espacial Europeia (ESA), pela Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA) e pelo Brasil, que lançou o satélite NanosatC-BR2. O país também conta com dois Observatórios Magnéticos: Tatuoca, na região amazônica, e Vassouras, no Rio de Janeiro.
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