O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou na noite desta terça-feira, 10, que o pacote de ajuste fiscal é polêmico e enfrenta resistência substancial dos parlamentares. Ele disse que hoje as matérias não têm votação para serem aprovadas, mas reiterou que a Câmara está trabalhando e há interesse dos deputados em apreciar as propostas. Após a nomeação dos relatores, marcada para hoje, os textos poderão ser debatidos e, se possível, apreciados ainda esta semana.
“O correto é que não há votos. O assunto é polêmico, o BPC é polêmico, o bônus é polêmico, o salário mínimo é polêmico. cumprimento de lei que foi aprovada pelo Congresso Nacional, sancionada pelo Presidente da República”, disse, em referência ao projeto de lei que trata da execução de emendas parlamentares.
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Lira afirmou que uma parte da Câmara avalia que o pacote está aquém do impacto esperado, enquanto outra tem dificuldade em valorizar questões que tratam de direitos sociais. Apesar disso, ele garantiu que o interesse da Câmara está na votação das propostas.
“As questões não são fáceis. Nosso interesse é votar. Vamos continuar com isso. Deixamos isso claro. Mais uma vez, repito, com uma apreciação quase imediata das emergências e com o procedimento muito especial que será dado a a PEC se não quiséssemos votar, se não quiséssemos discutir, simplesmente deixaríamos a PEC seguir seu trâmite normal. Ela não seria votada este ano”, comentou.
O alagoano disse que não pode especificar um prazo para votação das matérias, mas não descartou que os textos possam ser apreciados ainda esta semana no plenário. “O pacote pode até ser votado ainda esta semana, porque depois que você apresenta o relator, ele começa a debater, estamos na terça, temos sessão até sexta. Temos tempo para construir consensos, acordos”, afirmou.
Lira afirmou ainda que o Congresso poderá decidir outra abordagem para conter o crescimento dos gastos. O alagoano reiterou que o pacote é grande e o prazo “apertado”, o que explica a complexidade do processo. Segundo ele, não basta “fazer um projeto e colocá-lo em votação”.
“São temas, mais uma vez, de muita discussão, de contas, pode ser que o Congresso decida em outra direção, escolha outro caminho para reduzir ainda mais o crescimento das despesas, ou cortar despesas. ideia mais clara. O texto que vem do governo tem recebido muitas críticas, seja por estar abaixo das expectativas do mercado, seja acima das expectativas de alguns interesses sociais”, acrescentou.
O presidente da Câmara reforçou ainda que o problema na tramitação do pacote tributário não envolve “alteração, portaria ou parecer”, mas sim o mérito do texto. O litígio em torno da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação às emendas só piora o clima. “O governo, claro, sabe das dificuldades que tem em comparar a decisão de Dino com a lei aprovada no Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente da República”, avaliou.
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