O presidente deposto da Síria, Bashar al-Assad, pronunciou-se pela primeira vez depois de ter sido deposto pelos rebeldes sírios no início deste mês. No seu depoimento, Assad descreve as circunstâncias em que deixou o país e afirma que nada fez por interesse próprio.
“Nunca procurei cargos para ganho pessoal, mas sempre me considerei parte de um projeto nacional, apoiado pela fé do povo sírio”, disse o presidente deposto. A declaração foi publicada em seu canal Telegram.
Assad está em Moscou, para onde esteve no dia 8 de dezembro. Segundo a reportagem, ele deixou a capital Damasco com destino à cidade costeira de Lattakia, que foi atacada por drones. Depois, o presidente rumou para a Rússia.
“A minha saída da Síria não foi planeada e não ocorreu nas horas finais da batalha, como alguns disseram. Em vez disso, permaneci em Damasco, cumprindo as minhas responsabilidades até domingo, 8 de dezembro. com nossos aliados russos para monitorar as operações Depois de chegar à base de Hmeimim, ficou claro que nossas forças haviam caído”, descreveu.
Segundo Assad, em nenhum momento ele pensou em voltar atrás ou refugiar-se. “A única ação possível era continuar a combater os terroristas”, acrescentou.
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“Quando o Estado cai nas mãos do terrorismo e a capacidade de dar uma contribuição significativa é perdida, qualquer posição torna-se propositadamente vazia, tornando a sua ocupação insignificante. Isto não diminui de forma alguma a minha profunda pertença à Síria e ao seu povo”, concluiu Assad.
Queda do regime
O regime da família Assad foi derrubado pelos rebeldes em 8 de dezembro, após 50 anos no poder.
A guerra civil na Síria começou em 2011, durante a Primavera Árabe, quando Bashar al-Assad suprimiu uma revolução a favor da democracia. Uma força rebelde foi formada para combater as tropas governamentais: o Exército Sírio Livre.
O grupo terrorista Estado Islâmico, por sua vez, conseguiu se firmar no país e controlou cerca de 70% do território.
Potências mundiais como a Arábia Saudita, o Irão, os Estados Unidos e a Rússia juntaram-se ao conflito, o que intensificou os combates. A Síria aliou-se à Rússia para combater o Estado Islâmico e o Exército Sírio Livre, enquanto os Estados Unidos lideraram uma aliança internacional para combater o grupo terrorista.
Mais de 300 mil civis foram mortos durante a guerra, segundo a ONU. Em 2020, um cessar-fogo eliminou grandes combates, mas confrontos menores entre os rebeldes e o governo Assad.
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