Os moradores compararam o cenário apocalíptico à destruição causada por uma bomba nuclear. Imagens aéreas mostram um terreno devastado, com milhares de casas de madeira transformadas em pilhas de entulho. Três dias após a passagem do ciclone Chido, o arquipélago de Mayotte — território ultramarino francês, no Oceano Índico, a leste de Moçambique — está praticamente isolado do mundo. As autoridades temem a morte de “centenas ou mesmo milhares” de pessoas.
Ventos de 220 km/h, seguidos de chuvas torrenciais, bloquearam estradas, danificaram serviços telefónicos e interromperam o abastecimento de água. Cerca de um terço dos edifícios de Maiote são barracos com telhados de chapa metálica. A contagem de mortes esbarra no facto de cerca de 100 mil dos 320 mil habitantes do arquipélago serem migrantes sem documentos.
Em Paris, a 8.000 quilómetros de Mayotte, o presidente Emmanuel Macron liderou uma reunião de crise e anunciou que viajará para a região nos “próximos dias” e que declarará luto nacional. O gabinete do primeiro-ministro François Bayrou observou um minuto de silêncio em memória das vítimas. Até o fechamento desta edição, 21 mortes haviam sido registradas oficialmente no hospital. Em nota divulgada na noite de domingo (15/12), o Itamaraty informou que o Brasil “apela às nações parceiras que redobrem esforços para se adaptarem aos impactos das mudanças climáticas, em reação à multiplicação de eventos naturais extremos”.
“A situação em Mayotte é muito complicada. Houve muito mais vítimas do que se sabe. Foram enterradas imediatamente, por motivos religiosos. Não sabemos quantos mortos foram enterrados”, disse ele ao Correspondência jornalista Mathilde Hangard, que mora em Mayotte e está viajando para Paris. “Tudo foi destruído. O arquipélago ficou coberto de chapas metálicas, entulhos, objetos, antenas e aparelhos de todos os tipos. Porém, o mais chocante é que vemos pouca gente nas cidades e nos hospitais. Não ver a população nos deixa amargurados.” , acrescentou.
Segundo Hangard, os moradores de Mayotte não estavam preparados. “A infra-estrutura não é nova, incluindo as casas dos ricos. Sabíamos que os ventos seriam fortes, mas não nesta extensão”, disse ele. “Não foi possível prever com precisão a força do ciclone. Na madrugada de sábado, os serviços meteorológicos anunciaram ventos violentos, mas não nesta extensão. Quase todas as infraestruturas das ilhas foram destruídas. Os meus amigos e familiares ficaram sem abrigo”, lamentou. Ela confirmou relatos de pessoas começando a morrer de fome e sede. “Os hospitais precisam de água e alimentos, bem como de gestão logística para médicos e enfermeiros. O Estado esqueceu-se disso. As autoridades decidiram construir outro hospital para ajudar a população”. Chido atingiu o arquipélago às 9h de sábado (14/12) (3h em Brasília).
“Situação caótica”
Também em Paris, o gerente de armazém Ben Ahamada, 29 anos, conseguiu contactar familiares em Mayotte. “Eles estão seguros, mas sofreram danos materiais”, disse ele ao Correspondência. “A situação é caótica, uma catástrofe. Não sabemos o número de vítimas, mas há muitos mortos. Não temos mais nada. Está tudo destruído. Falta água, luz e alimentos”, disse. “Meus parentes estão vivos e saudáveis, mas alguns deles perderam tudo. Não têm nada para comer ou beber e estão com medo porque não há eletricidade”.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha anunciou que conseguiu contactar apenas 20 dos 200 voluntários detidos em Maiote. “Todas as favelas foram completamente destruídas. Não recebemos nenhum relato de pessoas deslocadas. Portanto, a realidade pode ser terrível nos próximos dias”, admitiu o porta-voz Eric Sam Vah à emissora britânica BBC.
como fazer emprestimo consignado auxilio brasil
whatsapp apk blue
simular site
consignado auxilio
empréstimo rapidos
consignado simulador
b blue
simulador credito consignado
simulado brb
picpay agência 0001 endereço