O ex-governador de Brasília e ex-senador José Roberto Arruda me perguntou que rumo prevejo para o Brasil. Respondi que não tenho bola de cristal e, sem ela, é impossível prever nossa direção. E citei o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, como havia citado, horas antes, em conversa com o ex-presidente Jair Bolsonaro: “No Brasil, até o passado é imprevisível”.
Argumentei que estamos à mercê do acaso. Com uma maioria da população indiferente aos objectivos nacionais, e com elites que mal conseguem observar a periferia do seu umbigo, é impossível identificar qualquer direcção para o país. Sem espírito público, sem consciência social, sem ativismo cidadão, sem objetivos nacionais, com uma passividade quase masoquista, é impossível prever o amanhã, identificar uma direção, uma meta para o Brasil, que não seja uma caminhada errante, dando cada passo sem saber para onde você está pisando ou para onde está indo.
Se fôssemos fiéis à Constituição, pelo menos teríamos disciplina na estrada e nas suas margens, mas até isso fomos privados. O guardião da Constituição tornou-se mais importante do que ela. Faz as regras sem perguntar aos que representam o poder original.
O Legislativo, que recebeu o voto por procuração da origem do poder, não parece representar seus constituintes. A omissão daqueles que juraram defender e manter a Constituição resulta em desvios do Estado Democrático de Direito. Quem poderia corrigir, o Senado, está congelado por um presidente inerte. O presente e o futuro voam “como uma pena ao vento”, como uma ária de ópera.
Então, tudo aqui é imprevisível. Ninguém sabe como será o dia seguinte – na economia, na política, nas liberdades. Poderíamos amanhecer com um general de quatro estrelas na prisão. Ou com a notícia de um garçom de 32 anos que, no lugar do Sírio-Libanês, procurou uma UPA e morreu esperando. Ou um manifestante na prisão morre por falta do tratamento solicitado.
Podemos acordar com o dólar acima de R$ 6 ou com a picanha ainda mais distante. Taxas de juros, dívida pública aumentando devido a gastos excessivos do governo. O IVA mais alto do mundo. Todos aqueles que juraram manter e defender a Constituição, a lei e a ordem, vivem o seu próprio mundo de interesses egoístas e lavam as mãos relativamente ao futuro dos seus filhos, netos e bisnetos. Eles vivem no suposto conforto de uma fuga que só piora o mal. Numa direção sem rumo e sem retorno, com a enganosa abstração da esperança.
O poder dá golpes de vez em quando para saber se a cidadania ainda sobrevive a tantas amputações de direitos, e só se ouvem gemidos. A liberdade de expressão está sendo sufocada. O objetivo é anular a proibição da censura ao silêncio onde ainda existe a voz produtiva da crítica. A inviolabilidade do mandato parlamentar é relativizada e a cal é lançada no devido processo legal. A relação Estado-nação inverte-se, de modo que o Estado é o senhor da nação, em vez de existir para servir o povo. Os impostos só são justificados se pretenderem fornecer bons serviços à nação – e não para apoiar o Estado ineficiente.
E assim, sem direção, sem direção, sem saber para onde vamos, vamos de um dia para o outro, sem perceber que pelo caminho estamos afundando em areia movediça.
ra soluções financeiras
blue cartao
empresa de crédito consignado
download picpay
brx br
whatsapp bleu
cartão consignado pan como funciona
simulador crédito consignado
como funciona o cartão consignado pan
ajuda picpay.com