A Justiça suspendeu o show da cantora Joelma em Santa Bárbara do Tugúrio, na região do Campo das Vertentes, em Minas Gerais, marcado para 30 de dezembro, data dos 62 anos do município. A decisão foi tomada após o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apontar que o valor de R$ 500 mil para custear a atuação do artista estava muito acima do preço de mercado, “consolidando grave e evidente prejuízo ao erário”.
Na época, o MPMG também solicitou à Justiça que a empresa J Music Editora e Produções Artísticas, responsável pela comercialização das obras do cantor, devolvesse qualquer valor que tivesse recebido antecipadamente. A Câmara Municipal negou irregularidades e recorreu da decisão (leia a posição na íntegra no final do relatório).
Em ação civil pública, o promotor Vinícius de Souza Chaves destacou que o município de Santa Bárbara do Tugúrio não disponibilizou todo o conteúdo da inexigibilidade licitatória ou o prazo do contrato em seu Portal de Transparência.
“A decisão judicial considerou que, apesar de o artista ter um longo histórico de atuação e ser reconhecido nacionalmente, houve uma alteração repentina de praticamente o dobro do valor em um curto espaço de tempo, o que não se justifica”, informou nesta quinta-feira o MPMG. (19/12) ao anunciar a determinação do Tribunal.
“Além disso, a falta de transparência quanto ao processo de contratação realizado, em princípio, suscita dúvidas sobre a sua legalidade, com indícios de irregularidades”, diz trecho da decisão. O Tribunal também estabeleceu multa de R$ 1 milhão pelo descumprimento das determinações.
O município e a empresa também respondem a outra ação judicial pela contratação do mesmo artista, em 2022, pelo valor de R$ 265 mil. “Na época, em inquérito civil instaurado, foi constatado que houve superfaturamento em torno de R$ 145 mil na reserva do show, considerando o preço médio por hora das apresentações realizadas pela cantora”, informou o Ministério Público.
Prefeitura recorre da decisão
A Prefeitura de Santa Bárbara do Tugúrio informou que entrou com recurso no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O executivo justificou que o valor de R$ 500 mil inclui não só os honorários do artista, mas todos os custos relacionados à apresentação, como despesas com banda, equipe técnica, transporte, hospedagem, alimentação e impostos.
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Para o Estado de MinasO prefeito José Antônio Alves Donato (PSD), popularmente conhecido na cidade como Donatinho, ressaltou que o valor é compatível com o preço cobrado por Joelma em outros shows realizados ao longo deste ano. Nesse sentido, o chefe do Executivo afirmou que a prefeitura encaminhou à Justiça documentos comprovando os honorários médios cobrados pelo artista.
“Este evento promete impulsionar a economia da cidade ao trazer muitos visitantes que já têm tudo planejado. Torcedores de vários pontos de Minas e de outros estados, como Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, já reservaram charters. a decisão será revertida”, avaliou.
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