O Brasil deu o primeiro passo para implementar políticas públicas de incentivo à produção de hidrogênio de baixo carbono. O Marco Legal do Hidrogênio Verde, sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em agosto, visa descarbonizar a matriz energética brasileira, regulamentando a produção, comercialização e uso do hidrogênio verde no país. Também neste ano, a Lei 14.990 instituiu o Programa de Desenvolvimento de Hidrogênio com Baixas Emissões de Carbono (PHBC), que concederá até R$ 18,3 bilhões em créditos para a indústria do hidrogênio entre 2028 e 2032, priorizando projetos com menores emissões de carbono. gases de efeito estufa.
Além de consumir, o Brasil ainda tem potencial para ser um grande produtor de ‘H2V’, como é chamado o combustível. Uma das vantagens do país é já possuir uma matriz energética 90% limpa, além de experiências políticas anteriores de descarbonização, como destacou a diretora executiva da Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABIHV), Fernanda Delgado. Sobre esses e outros temas, confira abaixo trechos da entrevista.
Baixo carbono
Tudo o que é verde tem um grande potencial para os próximos anos. Minha filha está em idade de vestibular e eu digo isso a ela, para fazer qualquer coisa que esteja ligada à agenda ambiental e ecológica, porque é lá que estarão os empregos no futuro. Estamos falando mais do que de matriz energética, teremos que passar de uma matriz industrial baseada no uso de energia fóssil, que é uma energia finita, segundo o próprio conceito de combustível fóssil, para uma matriz renovável que possamos ser sempre renovando de alguma forma. Solar, eólica ou artificial. Este processo será demorado, mas é inexorável.
Efeito estufa
Já temos provas científicas, não podemos combater a ciência de que estas actividades antropogénicas aumentaram a temperatura da Terra e precisamos de estabilizá-la. Tudo relacionado à indústria verde ganha abrangência, escala e velocidade, nos próximos anos, para reduzir a quantidade de emissões de gases de efeito estufa. E então não será apenas o dióxido de carbono, mas o metano, as partículas, para os próximos anos. Temos que pensar de forma mais ampla do que a matriz energética. É a matriz energética, os processos produtivos, a agricultura, abrangendo toda a indústria.
Transição industrial
Cada país fará a sua transição industrial da forma que pode, sabe e cabe no orçamento da sua população. O Brasil já tem vocação para biocombustíveis. Já implantamos a indústria do etanol na década de 1970, com o Proálcool, o que não foi por questões ambientais. Foi por razões económicas, para escapar aos preços muito elevados do primeiro e do segundo choques petrolíferos, mas olhamos para o que vimos e obtivemos o que não vimos. O Brasil já possui essa expertise em biocombustíveis e devemos aproveitá-la ainda mais, com biocombustíveis de segunda geração, etanol, biodiesel, HVO, agora caminhando para SAF. Assim, o país pode nadar com biomassa.
Biocombustível
O Brasil tem vocação para biocombustíveis, mas o hidrogênio verde aparece como uma oportunidade para ser o biocombustível do Brasil. Hoje, reunimos todos os fundamentos económicos e de marketing para a produção de hidrogénio verde, que é uma rede renovável: energia elétrica renovável — 90% da energia elétrica é renovável —, a rede interligada, disponibilidade de terreno para plantas, disponibilidade de água , uma posição geopolítica favorável para atração desses investimentos, infraestrutura, uma indústria já posicionada no mercado e instituições muito sólidas e respeitadas no mercado internacional. Além da respeitabilidade dos contratos do setor energético.
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Agenda verde
As bases estão criadas para você desenvolver a indústria nacional de hidrogênio. Tudo isto para dizer que cada país terá uma especificidade e um portfólio de soluções para a sua agenda verde, tanto para a indústria como para o seu setor energético, afastando-se deste monopólio da indústria de hidrocarbonetos. Quanto mais plural você for em seu portfólio de soluções, menos vulnerável você será. Aqui no Brasil vamos eletrificar o que pode ser eletrificado, usar o máximo de biocombustíveis que pudermos, trabalhar em medidas de eficiência energética e trazer o hidrogênio verde como uma das soluções.
COP30
A COP é um corolário de todas as discussões ecológicas, ambientais e sociais que acontecem em diversas esferas, onde todos estão em algum lugar do mundo. E será excelente para o Brasil sediar a COP30, depois do G20. Você tem uma agenda de governo verde pronta para ser mostrada na COP30. Ainda faltam parques eólicos offshore, mas estamos muito dispostos a mostrar que o Brasil está pronto para receber investimentos e fazer a diferença.
Quadro jurídico
Temos todos os fundamentos do mercado: eletricidade renovável e disponível. Vou ligar o eletrolisador na tomada e terei a garantia de 90% de energia renovável. Temos uma composição geopolítica favorável, temos infraestrutura, com os portos de Pecém e Suape, zona de processamento de exportação, temos os incentivos. É necessária uma lei que estabeleça um quadro robusto para o desenvolvimento deste hidrogénio. Portanto, estabelecer estas bases legais para o desenvolvimento, regulação e incentivo à produção de hidrogénio é importante para promover esta transição energética de carbonização da economia.
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