O presidente Lula sancionou recentemente a lei SPVAT, nova denominação para o seguro obrigatório que indeniza vítimas de acidentes de trânsito, conhecido até o ano passado como DPVAT. Ele apenas vetou um artigo que previa que o não pagamento do SPVAT seria infração, com penalidade de pontos no prontuário e multa.
O nome mudou, mas os problemas continuam os mesmos, e o principal deles é que o SPVAT não será administrado por seguradoras, como acontece em todo o mundo. Mas virou um imposto, cobrado pelo governo por meio da Caixa Econômica Federal, que não é seguradora, embora tenha. A CEF é na verdade um banco, sem experiência no setor de seguros, o que gerou uma série de reclamações nos últimos três anos, período em que a Caixa administrou o DPVAT.
Por total irresponsabilidade dos poderes executivo e legislativo, a nova lei que deveria ter sido sancionada em 2023 só foi aprovada agora. Você sabe o que isso significa? Que o SPVAT só será cobrado junto com o IPVA no ano que vem.
Significa também que as vítimas de acidentes de trânsito até dezembro de 2024 ficarão sem a proteção do seguro SPVAT obrigatório. Essas são as inconsistências tupiniquinas. A legislação que garante indenização às vítimas de acidentes ainda existe. O que não tem é dinheiro para cumprir a lei, pois perdeu o prazo para renovação, vendido em 31 de dezembro de 2023.
Na verdade, de janeiro de 2021 até 15 de novembro de 2023, a CEF foi responsável pela compensação do DPVAT, sem cobrar seguro dos proprietários dos veículos. Como? Com os R$ 4,3 bilhões que a Caixa recebeu da seguradora Líder, que administrou o dinheiro do DPVAT até dezembro de 2020.
Mas o governo calculou mal e os R$ 4,3 bilhões acabaram antes do final do ano passado, deixando as vítimas sem indenização. Quem quiser recebê-lo pode recorrer à Justiça.
A imprensa noticiou incorretamente que o valor a ser pago pelo SPVAT em 2025, estimado pelo governo entre R$ 50 e R$ 60, seria 10 vezes maior que o último pago em 2020. Porém, nos últimos anos de administração do DPVAT pelo A seguradora Líder, até 2020, seu saldo de caixa era tão grande que decidiu cobrar valores simbólicos: em 2019, R$ 16 e em 2020, R$ 5. O valor, aliás, era de R$ 105 em 2016.
O novo preço, na verdade, será metade do que era cobrado antes. Os valores de compensação do SPVAT ainda não foram estabelecidos, mas como não foram atualizados nos últimos anos, acabaram se tornando quase simbólicos. São R$ 2,7 mil para despesas hospitalares e R$ 13 mil para morte ou invalidez permanente.
Mas por que o SPVAT é inconstitucional? Porque a lei diz que o seguro deve ser administrado por uma seguradora e não por um banco. Que simples!
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