Na derrota dos dois principais vetos na noite de terça-feira (28/5) na sessão do Congresso Nacional —o fim da soltura temporária de presos e a criminalização das fake news eleitorais—, o governo foi significativamente abandonado por sua base de apoio. apoio e contou quase exclusivamente e apenas com os votos dos seis partidos de esquerda. Por outro lado, parlamentares de siglas políticas que ocupam ministérios na Esplanada atuaram contra o Palácio do Planalto nesses dois casos e ajudaram os bolsonaristas a impor uma derrota contundente ao Executivo, comemorada com gritos no plenário da Câmara.
No caso das “saidinhas”, o governo obteve apenas 126 votos para manter o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desse total, 96 vieram do PT (59), PSol (13), PDT (8), PCdoB (7), PSB (5) e PV (4). Mas o PDT teve mais votos contra o veto de Lula, 10 no total, do que 8 a favor. Até o líder do PED na Câmara, Afonso Motta (RS), foi favorável à derrubada da decisão do presidente.
Em vigor, deputados de cinco partidos da base do governo e que ocupam 11 ministérios na Esplanada, e que fazem parte do Centrão, foram essenciais para ajudar a oposição a derrotar o Palácio do Planalto. Juntos, eles contribuíram com 177 votos, dos 314 que derrubaram o veto de Lula no fim das tardes.
Na União, 54 parlamentares votaram pela derrubada do veto e apenas 1 foi a favor, neste caso, a deputada Daniela do Waguinho (RJ), ex-ministra do Turismo no atual governo. O partido hoje conta com três ministérios. No PP foi uma derrota para o governo: 43 a 0 a favor da proibição de sair. O partido tem 1 ministério.
No MDB, que ocupa três pastas, 21 foram contra o Planalto e apenas 5 a favor. O PSD, que incluía três ministros no governo, colaborou com a oposição com 29 votos e 11 contra. Os republicanos também ignoraram fazer parte da base de apoio do Planalto e deram 30 votos contra o veto e apenas 3 a favor. A legenda ocupa 1 pasta.
No caso dos senadores, o placar foi de 52 a 11 para derrubar o veto presidencial. O “governo” Centrão, com cargos no governo, participou com 27 votos da derrota da manutenção da sadinha.
Votação de notícias falsas
Parlamentares de partidos considerados pró-governo foram essenciais para manter até mesmo uma decisão de Jair Bolsonaro, que vetou, em 2022, a criminalização de fake news eleitorais, consideradas violações ao Estado Democrático de Direito. Na Câmara, 317 deputados votaram pela manutenção do veto do ex-presidente e apenas 139 foram contra. Dos que se manifestaram para derrotar o antigo governo e criminalizar a exploração de fake news, 115 votos vieram de partidos de esquerda: PT (65), PDT (14), PSol (13), PSB (11), PCdoB (7) e vice-presidente (5).
Os aliados “dissidentes” ajudaram a manter a decisão do governo Bolsonaro. Dos 317 a favor da não punição das fake news, 191 foram dados pelos cinco partidos do Centrão que compõem a base de apoio ao Planalto: União (51), PP (42), Republicanos (40), PSD (37) e MDB ( 21).
Como o veto foi mantido pelos deputados, não foi necessário submeter o assunto à apreciação dos senadores.
Para o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), essas derrotas já eram esperadas, pois tratavam de questões relacionadas à alfândega. O parlamentar argumenta que as votações referentes a essas duas questões – libertação de prisão e punição para fake news – sempre foram desfavoráveis ao governo.
“Conseguimos adiar essas votações duas vezes, mas nada adiantou. E não adiantaria nem que adiássemos dez vezes. O placar seria sempre esse. Precisamos reconhecer essas derrotas”, disse o líder do governo.
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