Júlia Andrade Cathermol Pimenta, suspeita de matar o empresário Luiz Marcelo Antonio Ormond, teria moído e colocado 50 comprimidos do remédio Dimorf no brigadeiro oferecido à vítima. A droga contém morfina e atua no sistema nervoso central e em outros órgãos do corpo. A informação é do jornal Extra e constam do depoimento de Suyany Breschak, presa por ajudar Júlia a se desfazer dos bens do empresário morto.
A bula do medicamento alerta que, caso seja utilizada grande quantidade, é necessário procurar atendimento médico imediatamente, pois a superdosagem pode causar dificuldade para respirar, muita sonolência evoluindo para dormência ou coma, flacidez muscular esquelética, pele fria ou úmida, constrição pupilas e, em alguns casos, edema pulmonar, bradicardia (batimento cardíaco mais lento), parada cardíaca e morte.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Luiz morreu de três a seis dias antes de o corpo ser encontrado. A causa da morte foi inconclusiva e a Polícia Civil do Rio de Janeiro solicitou exames complementares. Os policiais encontraram uma marca que indicava uma possível pancada na cabeça do empresário.
Corpo em decomposição
Luiz Marcelo Antonio Ormond foi encontrado em estágio avançado de decomposição no dia 20 de maio no apartamento onde morava, no bairro Engenho Novo, Zona Norte do Rio de Janeiro. O corpo foi localizado porque os vizinhos sentiram um cheiro forte e chamaram as autoridades.
Júlia, que era namorada da vítima e é considerada a principal suspeita do crime, alegou não saber da morte de Luiz. Ela é considerada fugitiva da justiça. Agentes da 25ª Delegacia realizam investigações para localizar e capturar Júlia. Há um mandado pendente contra ela por homicídio qualificado.
Procuramos informações que levem à detenção de Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos. Ela é a principal suspeita de envolvimento na morte do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 44 anos, encontrado morto no apartamento onde morava, no Engenho Novo. pic.twitter.com/x82aKF28Tr
— Disque Denúncia Rio (@DDalertaRio) 30 de maio de 2024
“Ao longo da investigação, em que diversas testemunhas prestaram depoimentos, a namorada foi entrevistada na delegacia, onde demonstrou muita frieza e afirmou que até então não tinha conhecimento da morte de Luiz Marcelo. uma conta conjunta em nome dos dois. Imagens mostravam a mulher indo ao condomínio buscar o cartão dessa conta, entregue pelo correio, enquanto o homem já estava morto”, disse a Polícia Civil.
Cigano e outro homem foram presos
Policiais civis prenderam Suyany sob suspeita de ajudar Júlia a se desfazer dos bens do empresário morto. “No decorrer da investigação, os agentes descobriram que a namorada de Luiz Marcelo estava no apartamento enquanto ele já estava morto. Com a ajuda do companheiro, que trabalharia como cigano, ela se desfez dos bens do namorado, inclusive o carro “, informou a Polícia Civil, em nota.
O veículo foi levado para Cabo Frio (RJ), após supostamente ter sido vendido por R$ 75 mil. Abordado pela polícia, o homem que estava em posse do carro apresentou um documento manuscrito, que disse ter sido assinado pela vítima, transferindo o bem. Com o mesmo homem foram encontrados o celular e o computador de Luiz Marcelo. Ele foi preso em flagrante por receptação.
Em seguida, a polícia chegou até a cigana, que disse que a namorada do empresário tinha uma dívida com ela de cerca de R$ 600 mil. Em depoimento, a detida confessou ter ajudado a desfazer-se dos pertences da vítima e revelou que grande parte dos seus rendimentos provinha do pagamento da referida dívida.
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