Em 2025, o Ministério da Saúde irá adquirir 9,5 milhões de doses da vacina contra dengue. A medida faz parte de um plano de contingência para conter a propagação de casos de dengue, chikungunya e zika. Na manhã desta quinta-feira (01/09), durante coletiva de imprensa, a ministra Nísia Trindade também instalou o Centro de Operações de Emergências em Saúde (COE) para Dengue e outras Arboviroses, de forma preventiva.
Nos primeiros oito dias do ano já foram notificados 10,1 mil casos prováveis da doença e 10 óbitos estão em investigação. A região Sudeste responde por 61,8% das ocorrências, concentrada nos estados de São Paulo e Minas Gerais.
Entre as medidas do Plano de Ação contra a Dengue, o ministério pretende incluir e ampliar o uso de tecnologias de controle de vetores da doença, por meio da implantação de insetos estéreis nas aldeias indígenas, pulverização residual intradomiciliar em áreas de grande circulação de pessoas, como creches, escolas e asilos, além da implantação de 150 mil estações de disseminação de larvicidas — produtos químicos utilizados no controle de larvas de mosquitos.
“Prevenir é sempre melhor do que remediar”
Além das vacinas contra dengue que serão adquiridas, a secretaria informou ainda que, até o momento, já foram enviadas 5,5 milhões de doses aos estados e ao Distrito Federal. Porém, ainda não há doses disponíveis em larga escala, devido à produção limitada do laboratório fabricante, sendo a eliminação dos focos do mosquito a principal estratégia.
“Desde o lançamento do Plano de Ação contra a Dengue, definimos eixos estratégicos que priorizam ações de prevenção. Seguimos a lógica de que ‘é sempre melhor prevenir do que remediar’, o que inclui medidas simples que cada cidadão pode adotar, como dedicar pelo menos 10 minutos por semana para eliminar possíveis focos do mosquito em casa e nas proximidades”, detalhou o ministro.
“Além das ações preventivas, é fundamental destacar o papel dos municípios nesse enfrentamento, especialmente pela responsabilidade que têm na limpeza urbana e outras medidas essenciais de controle. Nesse contexto, reforçamos a importância do trabalho conjunto entre as esferas federal, estadual e municipal para garantir uma resposta eficaz no combate à dengue”, enfatizou.
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O ministro defendeu que o aumento de casos da doença se deve principalmente às alterações climáticas, com chuvas muito fortes seguidas de seca extrema. “Em 2024, houve um aumento significativo de casos de dengue. Este crescimento não se deve apenas às alterações climáticas, mas também à circulação de novos serótipos. Porém, o principal fator foram as chuvas associadas ao aquecimento global”, declarou Nísia.
Desafio global
Além disso, ela reforçou que a dengue é um desafio global e que o país trabalha com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) para combater a doença.
Em 2024, foram registrados 6,6 milhões de casos prováveis de dengue e 6 mil mortes no Brasil, segundo o painel de atualização de casos de arboviroses do Ministério da Saúde.
*Estagiário sob supervisão de Andreia Castro
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