O vice-presidente Geraldo Alckmin disse nesta quinta-feira (01/09) que o valor do orçamento destinado às emendas parlamentares precisa ser limitado. O ex-governador disse que, embora o mecanismo seja legítimo, em outras democracias as emendas ocupam um percentual menor do orçamento.
“Há duas questões relevantes: primeiro, o valor das alterações. Se considerarmos os Estados Unidos, o parlamento tem emendas, mas não passa de 2,5% das despesas discricionárias. No Brasil, é de 25%. Valores muito altos acabam criando distorções. E o segundo [questão] A alteração é que você precisa saber quem é a autora, qual é o destino dela e ela precisa estar acompanhada, ela precisa prestar contas. É preciso que haja transparência absoluta”, disse Alckmin em entrevista ao Rádio Eldorado.
Ao comentar a luta entre Executivo, Congresso e Judiciário sobre o tema, o vice-presidente também citou a teoria dos Três Poderes do filósofo e teórico político francês Montesquieu (1989-1755) para defender que os Poderes devem ser independentes um do outro. outro, mas harmônicos.
No final de 2024, diversos líderes partidários no Congresso argumentaram em discursos, entrevistas e conversas privadas com a imprensa que o bloqueio de emendas parlamentares era uma “intrusão” do Supremo Tribunal Federal (STF) com um empurrãozinho do Executivo. Alckmin não vê dessa forma.
“O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, tem toda razão quando diz: olha, precisa haver transparência e monitoramento dessas alterações. [É uma medida de] Segurança do próprio parlamentar”, afirmou.
“Então, as alterações precisam ter autoria, acompanhamento e transparência. E é normal num regime democrático e deve ser obrigatório. Mas com valores mais limitados”, continuou.
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Governança
O vice-presidente disse ainda que o Brasil tem grande fragmentação partidária e que o elevado número de partidos no Congresso dificulta a governabilidade. Apesar disso, ele avalia que o governo tem conseguido superar as dificuldades para aprovar projetos de seu interesse no Legislativo.
“O Brasil tem uma fragmentação partidária muito grande. Não é importante ter 50 partidos, mas não se pode ter um número absurdo de partidos no parlamento. Isto dificulta a governação. Mas o presidente Lula, através do diálogo, apesar de ter no Senado uma minoria daqueles partidos que o apoiavam na Câmara, conseguiu aprovar pautas importantes, inclusive emendas constitucionais”, pontuou.
Em 2025, com a eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado, o governo ainda faz cálculos políticos para entender como exatamente ocorrerão as articulações. A aprovação de pautas como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e as novas regras para aposentadorias militares dependerá tanto do pagamento de emendas quanto da reforma ministerial, que ainda está indefinida.
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