O governo federal prepara um cerco às redes sociais, após mudanças anunciadas pelo Meta na sua moderação de conteúdo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu, em reunião com ministros nesta sexta-feira, criar uma nova proposta de regulamentação de plataformas e enviá-la ao Congresso na abertura do ano legislativo, em fevereiro.
Lula autorizou a criação de um grupo de trabalho para tratar do tema e redigir a proposta. Segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o governo não descarta trabalhar em textos que tramitam no Congresso Nacional, como o arquivado Projeto de Lei das Fake News (PL).
“Assim que o Legislativo voltar, quando os trabalhos legislativos reabrirem, já teremos a proposta finalizada. Queremos agir rapidamente, em poucos dias, até porque já houve um acúmulo de meses de discussão sobre isso”, declarou o ministro em entrevista coletiva.
Questionado sobre qual será o formato da proposta — se projeto de lei ou medida provisória, por exemplo — Rui Costa não deu mais detalhes. “Vamos procurar os líderes e presidentes das duas Casas para discutir qual o melhor formato (para a proposta)”, acrescentou. O ministro admitiu ainda a possibilidade de o governo trabalhar em textos que estão em tramitação.
O PL 2.630/2020, conhecido como PL das Fake News, foi apreciado pelo Congresso em 2023. Porém, sofreu forte resistência das big tech. A própria Meta, assim como o Google, lideraram uma campanha contra o texto. O Google até incluiu um link de texto em sua página inicial de busca, acusando o projeto de prejudicar o combate à propagação de mentiras. Outra plataforma, o Telegram, usou seu aplicativo para enviar mensagens em massa a todos os usuários com informações falsas sobre a fatura.
Após o encontro, Lula comentou no X (antigo Twitter) que “mudanças na política de checagem de fatos e fake news podem afetar crianças, adolescentes e mulheres, por exemplo”. “Todas as empresas que atuam no país precisam respeitar a legislação e a jurisdição brasileira”, enfatizou.
O grupo de trabalho será composto pela Advocacia-Geral da União (AGU), pela Controladoria-Geral da União (CGU), pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) e pela Secretaria de Relações Institucionais (SRI), entre outros órgãos governamentais.
Até o momento, não há definição de quais medidas concretas o governo federal defende na regulação das redes. Em linhas gerais, porém, o objetivo é equalizar as regras e punições entre quem comete crimes na “vida real” e no ambiente digital.
Mudanças profundas
A reunião desta sexta foi convocada por Lula após a Meta, empresa dona das plataformas Instagram, Facebook e WhatsApp, anunciar mudanças profundas em sua política de moderação de conteúdo. Um dos recursos que serão removidos é a checagem de fatos por agências especializadas, substituída por um sistema de “notas da comunidade”, no qual qualquer usuário pode contestar a veracidade de uma publicação.
Além disso, a empresa já cortou medidas que protegiam comunidades vulneráveis. Uma das mudanças removidas foi a proibição de classificar pessoas LGBTQIA como “doentes mentais”. Outra decisão suspendeu a proibição de chamar as mulheres de “objetos domésticos”. Na prática, o Meta permitiu mais uma vez a circulação de conteúdo de ódio.
Rui Costa criticou a atitude da empresa. “Impacta as crianças, quando se trata de conteúdo impróprio. Tráfico de crianças. Impacta a segurança pública, quando se trata de informações que dizem respeito à segurança das pessoas, ao tráfico de pessoas e outros crimes”, comentou.
Ele reforçou a mensagem do chefe do Executivo de que o país não aceitará empresas que violem a legislação brasileira. “O presidente foi claro, na reunião, quando disse que não abrirá mão da soberania do país. Toda e qualquer empresa, nacional e multinacional, grupo de comunicação nacional ou internacional, terá que respeitar o arcabouço legal brasileiro e terá que respeite a Justiça brasileira”, enfatizou.
Também participaram do encontro o Ministro das Comunicações, Juscelino Filho; o Procurador-Geral da União (AGU), Jorge Messias; o futuro ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira; o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan; entre outras autoridades executivas.
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