Cuba anunciou nesta terça-feira (14/01) que vai libertar 553 presos “por crimes diversos”, depois que o presidente cessante dos Estados Unidos, Joe Biden, decidiu retirar a ilha de sua lista de países patrocinadores do terrorismo.
Faltando menos de uma semana para ceder o cargo ao republicano Donald Trump, o democrata deu um passo atrás na sua política para Cuba, aliviando as sanções para “facilitar a libertação de pessoas detidas injustamente”, disse um alto funcionário norte-americano que pediu anonimato.
“Nos primeiros dias de janeiro, o Presidente Díaz-Canel enviou uma carta ao Sumo Pontífice na qual […] comunicou a decisão de beneficiar da concessão de liberdade a 553 pessoas sancionadas no devido processo por diversos crimes”, declarou o Ministério das Relações Exteriores de Cuba em comunicado.
Biden tomou três “medidas unilaterais”. O mais importante foi retirar a ilha da lista de países que patrocinam o terrorismo, algo que Havana solicitou insistentemente.
“Uma avaliação foi concluída e não temos informações que apoiem a designação de Cuba como Estado patrocinador do terrorismo”, disse o alto funcionário americano pouco antes de Biden enviar um relatório ao Congresso com o pedido.
‘Ajude o povo’
É “um gesto de boa vontade” realizado em coordenação “com uma série de atores, incluindo a Igreja Católica”, detalhou o responsável em conferência de imprensa telemática.
“Com a intenção de ajudar o povo cubano”, Washington tomou outras duas “medidas unilaterais” que, na prática, anulam decisões adotadas por Trump no seu primeiro mandato.
Por um lado, suspende a capacidade dos americanos “de intentarem ações nos tribunais do seu país relativamente a propriedades cubanas potencialmente expropriadas” pelo governo cubano desde 1959.
Para tanto, emitiu uma suspensão de seis meses, a partir de 29 de janeiro de 2025, do Título 3 da Lei Helms-Burton.
O octogenário democrata também vai rescindir um memorando promulgado em junho de 2017 que inclui uma lista de entidades cubanas que estão proibidas de realizar determinadas transações financeiras.
Antes de chegar ao poder, Biden prometeu mudanças em relação a Cuba, mas mudou de opinião após as manifestações antigovernamentais de julho daquele ano na ilha, que resultaram numa morte e dezenas de feridos, e após as quais centenas de manifestantes permanecem na prisão.
Segundo dados oficiais, cerca de 500 cubanos foram condenados a até 25 anos de prisão por participarem nestes protestos para exigir mais liberdades e melhorias económicas, mas as organizações de direitos humanos e a embaixada dos Estados Unidos na ilha chegam a mil. Alguns dos condenados já foram libertados após cumprirem as penas.
Segundo o alto responsável norte-americano, entre os que serão libertados estão “defensores dos direitos humanos”, incluindo pessoas “detidas durante os protestos de julho de 2021”.
Os anúncios desta terça enchem de esperança os familiares de manifestantes como Liset Fonseca, mãe de Roberto Pérez, 41, preso no dia 11 de julho e condenado a 10 anos de prisão.
‘Eles nunca deveriam ter sido presos’
“Todas as mães dos presos querem que os nossos filhos sejam livres e longe deste sofrimento, deste inferno que são as prisões em Cuba. Eles nunca deveriam estar na prisão”, disse Liset à AFP.
O alto funcionário recusou-se a dar mais detalhes, mas disse que a libertação “aconteceria dentro de um período de tempo relativamente curto”. Alguns prisioneiros serão libertados “antes do final da administração Biden, em 20 de janeiro”, explicou.
As decisões tomadas por Biden poderão ser revertidas pelo governo do republicano Donald Trump, que tomará posse na segunda-feira.
Como futuro chefe da diplomacia, o magnata escolheu Marco Rubio, filho de imigrantes cubanos que criticava muito o governo cubano de Castro.
Quando questionado se os democratas fizeram acordos com o novo governo republicano, o alto responsável afirmou que há “comunicação regular sobre uma variedade de temas, e esta é uma das questões” abordadas.
Por sua vez, o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, afirmou que Washington está agindo “na direção certa”, mas queixou-se de que “o bloqueio permanece”.
Acompanhe o canal Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Há mais de seis décadas, Washington impõe um embargo comercial a Cuba que Trump reforçou no seu primeiro mandato (2017-2021), ao incluir mais uma vez a ilha na lista de patrocinadores do terrorismo, uma medida que cria obstáculos às transações externas e investimentos. porque as empresas estão expostas às sanções americanas.
Cuba atravessa uma grave crise que levou centenas de milhares de pessoas a emigrar para os Estados Unidos nos últimos dois anos, tanto de forma irregular como legal, segundo dados oficiais.
como fazer emprestimo consignado auxilio brasil
whatsapp apk blue
simular site
consignado auxilio
empréstimo rapidos
consignado simulador
b blue
simulador credito consignado
simulado brb
picpay agência 0001 endereço