O governo Lula decidiu revogar a nova regra de Pix da Receita Federal. A regra, que deixou de valer nesta quarta-feira (15/1), ampliou desde o início do mês as informações sobre transações Pix que instituições financeiras como bancos digitais e aplicativos de pagamento teriam que repassar às autoridades.
O recuo do governo ocorreu após uma onda de desinformação que pregava, erroneamente, que o Pix seria taxado e que transferências via Pix seria monitorado diariamente.
A regra, agora ineficaz, também gerou protestos porque ampliou o monitoramento das transações com o Pix, levantando temores de que isso levasse a mais cobranças tributárias no futuro — o que foi explorado por opositores ao governo.
Pix é um mecanismo bancário de transferência de dinheiro entre contas introduzido em 2020. Desde então, popularizou-se no Brasil como meio de pagamento.
Confira abaixo as regras do mecanismo.
Como é o Pix?
As transações do Pix não mudam nada. Os usuários do sistema podem continuar usando o Pix da mesma forma.
O que aconteceu nesta quarta-feira é que o governo decidiu revogar a portaria da Receita Federal, válida desde 1º de janeiro, que estabelecia o monitoramento de movimentações globais via Pix acima de R$ 5 mil mensais, no caso de pessoas físicas, e R$ 15 mil mensais, no caso de pessoas físicas. no caso de pessoas jurídicas, mas sem detalhamento de origem ou destino.
Segundo a Receita Federal, esse monitoramento já existia para cartões de crédito e depósitos, mas não incluía outros métodos, como fintechs (empresas que combinam tecnologia com serviços financeiros) que gerenciam máquinas de pagamento.
Agora, continua como está, apenas os bancos precisam informar as transações quando os valores ultrapassam R$ 2 mil para pessoas físicas e R$ 6 mil no caso de pessoas jurídicas.
O Pix será tributado?
Não.
“Não há cobrança no Pix, não há imposto ou taxa no Pix. Isso não existe e nunca existirá. A Constituição Federal proíbe a cobrança de qualquer imposto sobre transações financeiras”, disse Robison Barreirinhas, secretário da Receita Federal, na segunda-feira. .
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira que o governo prepara uma medida provisória para “blindar” o Pix, vetando eventuais cobranças em relação ao mecanismo.
O Pix será monitorado diariamente pela Receita Federal?
Não.
“A Receita Federal não tem interesse em saber os detalhes, quantos Pix você recebeu e quem te repassou, onde você gastou o dinheiro. Nada disso é informado”, disse Barreirinhas nesta segunda-feira.
A Receita Federal afirma que as operações suspeitas — realizadas por grupos criminosos — são o principal alvo das autoridades.
“Aqueles que precisam da atenção da Receita Federal são aqueles que usam esses novos métodos de pagamento para esconder dinheiro ilícito, às vezes resultante de atividades criminosas, lavagem de dinheiro. proprietário”, diz o secretário da Receita.
“O sigilo bancário é absolutamente protegido e garantido. As informações prestadas pelas instituições financeiras são globais”, afirma Barreirinhas.
Segundo nota, “a Receita recebe apenas mensalmente o total dos valores transferidos e proíbe a divulgação de detalhes das transações, como origem ou destino dos pagamentos”.
Recebi uma declaração de que estou devendo à Receita Federal por ter feito uma transação acima de R$ 5 mil com Pix. E a verdade?
Não. Este é um dos muitos golpes que estão acontecendo com o Pix.
“Os golpistas informam às potenciais vítimas que há suposta cobrança de taxas pela Receita Federal em transações via Pix em valores acima de R$ 5 mil”, explica a Receita.
“Afirmam também que, caso o pagamento não seja efetuado, o CPF do contribuinte será bloqueado. Para tornar a fraude mais convincente, utilizam o nome, as cores e os símbolos oficiais da Receita Federal.”
A Receita Federal publicou exemplo de mensagem de texto enviada por golpistas: “Bom dia senhor Neuso, você foi taxado por usar mais de 5 mil reais no Pix neste mês. de R$ 845,20.”
A Receita Federal também apela às pessoas, além de estarem atentas a golpes, para evitarem espalhar notícias falsas para seus amigos.
“Se você recebeu uma mensagem suspeita ou tem dúvidas, entre em contato com os canais oficiais da Receita Federal. Evite agir por impulso, principalmente se houver ameaças de bloqueio ou cobranças inesperadas”, diz a nota.
Como se proteger de golpes?
O IRS dá quatro dicas para as pessoas se protegerem de tentativas de golpe:
- Cuidado com mensagens suspeitas: Não forneça informações pessoais em resposta a e-mails ou mensagens de fontes desconhecidas que solicitem dados financeiros ou pessoais.
- Evite clicar em links desconhecidos: links suspeitos podem direcioná-lo para sites fraudulentos ou instalar programas prejudiciais em seu dispositivo.
- Não abra arquivos anexados: os anexos em mensagens fraudulentas geralmente contêm programas que podem roubar suas informações ou causar danos ao seu computador.
- Verifique a autenticidade: A Receita Federal utiliza exclusivamente o Portal e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte) e o site oficial como canais de comunicação seguros.
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