Três placas de madeira com os dizeres “Viva cada momento”, “Ria todos os dias” e “Ame sempre” saúdam os visitantes da sede da Comunidade Católica Obra de Maria, em São Lourenço da Mata, a 19 quilômetros de Recife, em Pernambuco. Num terreno de 153 hectares, localizado em uma reserva ambiental, com áreas cuidadosamente projetadas para serem refúgio de acolhimento e evangelização, as mensagens nos levam à certeza de que a fé é um exercício diário e que o importante é viver o tempo presente em plena comunhão. com a natureza.
A comunidade católica está em festa e, durante três dias, cerca de 40 mil católicos de vários estados, e até de outros países, compareceram à celebração. Para assinalar o 35º aniversário da Obra, foi organizada uma maratona — na verdade, uma rave religiosa — de orações, pregações, testemunhos, missas e espetáculos.
Terminou ontem, na Arena Pernambuco, preparada com estrutura semelhante a grandes shows musicais, para um dia apoteótico, com a presença de religiosos ilustres, como os padres Marcelo Rossi e Fábio de Melo, Frei Gilson e irmã Kelly Patrícia, entre outros . Os ingressos esgotaram.
Fundada em 1990, por Gilberto Barbosa, pernambucano de 56 anos, formado em teologia, filosofia e pós-graduado em psicanálise, e Maria Salomé, turismóloga e psicanalista paraibana, nasceu a Obra de Maria de um sonho, num casarão na Várzea, pintado de azul e branco, em homenagem ao manto da Mãe de Jesus.
Periodicamente, organiza peregrinações a lugares sagrados, incluindo o Médio Oriente, como Jerusalém; Fátima, em Portugal; Cássia, na Itália, entre outros. Realiza congressos eucarísticos e peregrinações, quando os fiéis se dedicam a conhecer os locais onde nasceram e viveram os santos católicos, proporcionando um conhecimento aprofundado sobre as suas biografias e ensinamentos, bem como viagens no tempo através da história.
Mas é aí, na sede comunitária, que o trabalho realizado mostra o seu lado mais concreto. Na visita guiada, o primeiro ponto de parada é a Capela de São José, também conhecida como Capela de Vidro, prédio inaugural da Comunidade. Construído numa encosta de terreno, o espaço litúrgico possui paredes de vidro, proporcionando a perfeita integração da natureza com o exercício da fé. Há missas diárias, a partir das 6h30 da manhã.
No primeiro casarão, feito com o trabalho dos primeiros casais dedicados à obra, há ambientes internos, muitos móveis antigos, objetos litúrgicos, pinturas e imagens sacras. Parte disso são doações de hotéis; parte foi comprada pela Comunidade. Há um pequeno vilarejo de casas e outro prédio que abriga visitantes e missionários, além de refeitórios. São realizados retiros, encontros de casais e outras atividades missionárias.
O local também abriga projetos sociais, como a Creche Nossa Senhora Aparecida, que atende 35 crianças. Além disso, a Comunidade arrecada e entrega doações e alimentos e realiza trabalhos assistenciais voluntários, como acolhimento de refugiados e outras ações, inclusive em parceria com a prefeitura de São Lourenço da Mata.
Do lado de fora, há algumas esculturas, como a réplica da Pietá (Nossa Senhora da Misericórdia, que carrega Jesus no colo), feita pelo artista Genésio, além de uma natureza exuberante. A sede está localizada dentro de uma reserva ambiental de Mata Atlântica e tem uso autorizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), com compromisso de preservação do meio ambiente e outras ações, como manutenção e abrigo. de animais silvestres que, por algum motivo, não podem retornar ao seu habitat natural ou passar por um processo de reabilitação.
Atualmente, 70 animais vivem nos recintos da Comunidade e recebem cuidados permanentes de uma equipe de biólogos, tratadores e veterinários. O local também é ponto de soltura de animais que podem ser reintegrados à natureza.
Festas
No domingo, o dia começou com a Adoração ao Santíssimo Sacramento, conduzida pela própria Obra de Maria, reforçando a centralidade do Cristo vivo na Eucaristia como fonte e sustentáculo da missão e da Adoração dos fundadores. O destaque foi a Santa Missa Solene com o Cardeal Dom Paulo, de Brasília, às 10h, que simbolizou o envio missionário e a universalidade da fé.
No sábado, segundo dia de festa, os fiéis foram brindados com momentos de fé e louvor, com destaque para a Santa Missa presidida pelo Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Paulo Jackson. A celebração reuniu cerca de 500 sacerdotes e bispos e delegações de 62 países.
“A importância desta missa é que temos o nosso arcebispo acolhendo a Igreja de todo o mundo, que está presente através de missionários, padres e bispos em todos os continentes onde a Obra de Maria está presente e também na Polónia”, explicou Ivanildo Silva, porta-voz da comunidade Obra de Maria.
Maria Salomé, cofundadora da Obra de Maria, conduziu a oração do terço, juntamente com os missionários, rezando em cinco línguas, simbolizando a universalidade do amor de Deus e o caráter internacional do carisma da comunidade. A força das palavras foi acompanhada pela presença marcante de José Prado Flores, fundador e diretor internacional da Escola de Evangelização Santo André. Referência mundial no estudo das Sagradas Escrituras, Prado compartilhou um sermão sobre o capítulo 5 do Evangelho de Lucas, que narra o chamado dos pescadores.
Num dos momentos mais comoventes, Prado revelou que considerou abandonar a evangelização, mas enfatizou “que Jesus entra em nossas vidas nos momentos de dúvida”. Outro depoimento foi de Cícero Alves, que contou como sobreviveu nove anos em cárcere privado por um crime que não cometeu. Dentro da prisão, encontrou uma nova chance na educação e hoje leva o empreendedorismo para outras pessoas em situação de vulnerabilidade, atingindo mais de duas mil famílias. “Devemos fazer com que a sociedade olhe para essas pessoas com outros olhos”, disse ele.
A celebração foi marcada pela presença de amigos que caminharam juntos desde os primeiros passos da Obra de Maria. Hamilton Apolônio, fundador da Comunidade Católica Boa Nova, emocionou os presentes ao falar com ternura sobre sua amizade com Gilberto Barbosa, fundador da Obra de Maria. Ele destacou “o poder de Deus que se manifesta através do carisma da comunidade e a importância de confiar na providência divina para transformar vidas”.
A pregadora Patti Mansfield conduziu o público para um momento de silêncio contemplativo, convidando todos à reflexão sobre Maria e o cantor Dunga também esteve presente com seu depoimento sobre sua experiência com a Obra de Maria. Ele fez vibrar o teatro, levando todos a cantar juntos o refrão marcante de “Meu lugar é o céu”, um hino de esperança e alegria que ecoou como testemunho de fé viva.
Logo em seguida, os elogios ganharam força com a apresentação da Orquestra Criança Cidadã, sob a direção do maestro José Renato Accioly. A apresentação acompanhou a Santa Missa, ponto alto da celebração, que foi presidida por Dom Paulo Jackson, Arcebispo de Olinda e Recife. Durante toda a missa, a Orquestra Criança Cidadã presenteou os presentes com uma interpretação do Aleluia, que emocionou a todos, além do balé infantil da Obra de Maria.
*O repórter viajou a convite da Obra de Maria
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