O Brasil entrou novamente em estado de alerta, pois 2025 começou com um número significativo de casos de dengue. Nas primeiras semanas de janeiro foram registradas 87.018 notificações prováveis da doença, segundo o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde. Até ao momento, há 8 mortes confirmadas e 89 em investigação — colocando a situação no centro das preocupações das autoridades e da população.
O aumento da dengue foi significativo no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins e Mato Grosso do Sul. A Saúde destacou que essas regiões correm risco de aumento no número de casos e estão sendo monitoradas nesse sentido. próximo ao departamento e às secretarias estaduais. Por outro lado, o Painel de Acompanhamento indica que as cinco unidades da Federação com maiores coeficientes de incidência são Acre, São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso e Paraná.
O estado de São Paulo tem o maior número de casos, 29.447, segundo a plataforma Painel de Monitoramento da secretaria. No Centro-Oeste, Goiás foi o estado que registrou os casos mais prováveis da doença, nas três semanas de janeiro, com 3.770 notificações. Em seguida, vem o Distrito Federal, com 1.093.
Nos últimos sete dias, Minas Gerais registrou 1.587 novos casos de dengue, um aumento de 296% em relação à semana anterior. De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), divulgado em 13 de janeiro, foram confirmadas 536 infecções por arboviroses, número que saltou para 2.123 no boletim de ontem.
O primeiro caso de dengue tipo 3 foi confirmado em 2025, na cidade do Rio de Janeiro. A paciente, uma mulher de 60 anos, foi diagnosticada com esse sorotipo, que não circula predominantemente na região desde 2007.
A dengue tipo 3, uma das quatro variantes do vírus, apresenta os mesmos sintomas das outras formas da doença, como febre alta, dores no corpo e nas articulações, náuseas, vômitos, dor atrás dos olhos, mal-estar, dor de cabeça e manchas vermelhas nos olhos. o corpo. A principal diferença é o fato do Rio de Janeiro e outros estados do Brasil não terem enfrentado esse sorotipo nos últimos anos, o que significa que uma parte considerável da população ainda não possui imunidade natural a esse tipo.
O primeiro caso de dengue tipo 3 em 2025 foi uma surpresa, visto que, em 2024, os sorotipos predominantes foram os tipos 1 e 2. No ano passado, o Rio de Janeiro registrou dois relatos isolados dessa natureza, mas sem sinal de grande circulação.
Epidemia
No ano passado, o Brasil viveu um dos maiores surtos registrados da doença, com mais de 6,5 milhões de casos e 6.068 mortes confirmadas. A incidência tem sido volátil, com epidemias mais intensas em alguns anos e uma aparente redução em outros. Porém, a secretária de Saúde do Rio de Janeiro, Claudia Mello, destacou que a situação em 2024 foi atípica. Ela alertou para um aumento de 16,72% nos casos de dengue em 2025 em relação ao mesmo período de 2023.
“No ano passado, vivemos uma grande epidemia de dengue, que já começou no início do ano, portanto, o ano de 2024 foi considerado atípico. Analisando a série histórica, temos 2023, um ano sem epidemia e quando registramos 694 prováveis casos nas três primeiras semanas epidemiológicas do ano Em 2025, já tivemos um aumento de 16,72% de casos em relação a 2023. Isso alerta para a importância. de prevenção contra a doença”, disse Mello em entrevista à Agência Brasil.
O combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, continua sendo prioridade do Ministério da Saúde. O governo continua monitorando os casos, além de realizar campanhas de conscientização pública, como a “Contra a dengue todos os dias”.
O plano de contingência, que está em curso, procura mobilizar as autoridades locais e os cidadãos para eliminar os focos do mosquito, com orientações específicas sobre como evitar a acumulação de água em locais como latas, garrafas vazias, pneus, calhas e caixotes de armazenamento. ‘Descobri água e pratos debaixo de vasos de plantas. Estas medidas de prevenção evitam que os mosquitos se reproduzam em águas estagnadas e eliminam os surtos de dengue para reduzir a propagação da doença.
Em diversas cidades do país, as secretarias de saúde já iniciaram campanhas locais de limpeza e fiscalização para evitar a formação de criadouros do mosquito. A dengue é uma das arboviroses mais comuns no país e, ao lado da chikungunya e do vírus Zika, a doença representa um problema contínuo para a saúde pública.
Embora os números de 2025 estejam abaixo dos registados no pico da epidemia do ano passado, as autoridades sanitárias alertam para um possível agravamento da situação nos próximos meses, uma vez que o clima tropical favorece a reprodução do mosquito. A combinação de chuva e calor intenso, comum no verão brasileiro, cria condições ideais para o aumento da população do Aedes aegypti, o que aumenta o risco de novos surtos.
*Estagiária sob supervisão de Luana Patriolino
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